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Nenhum motorista do Paraná terá a opção de escolher a placa do seu carro, pelo menos até a próxima quinta-feira. O motivo é o cancelamento de um convênio do Departamento de Trânsito (Detran), que repassava automaticamente o valor de R$ 50, pago pelos interessados, ao Pro­grama do Voluntariado Para­naense (Provopar), desde o último domingo. Para manter o atual sistema, a solução encontrada pelo governo, conforme a Secretaria de Estado da Comu­nicação Social, é a regulamentação de um decreto – prometida até a próxima quinta-feira – que vai transferir o valor para o Fundo Estadual de Assis­­tência Social (Feas), da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social.

Oficialmente, a transferência se deve à natureza jurídica do Provopar, uma Oscip (Orga­nização da Sociedade Civil de Interesse Público). Por não se tratar de órgão governamental, não haveria explicação razoável para o investimento da administração estadual. Nos bastidores, porém, comenta-se que o governador Orlando Pessuti (PMDB) teria se irritado com a insistência de Lúcia Arruda (irmã do ex-governador Roberto Requião [PMDB] e presidente do Provopar) em permanecer na diretoria. Tradicio­­nalmente, o cargo é ocupado pela primeira-dama.

Não há consenso sobre o valor que entrava no caixa do Provopar. De acordo com a instituição, os recursos seriam de R$ 600 mil por ano, usados para bancar salários e em cooperativas de geração de renda. Para a Secretaria de Comunicação Social, a verba giraria na casa dos R$ 3 milhões anuais. Agora, o valor recebido será distribuído entre as instituições cadastradas no Feas.

Não existe irregularidade na transferência de recursos para o Provopar ou outras instituições, visto que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) apenas distribui as letras das placas para cada estado – no Paraná, começando por A, B ou C –, deixando a cargo do Detran a forma de regulamentar o emplacamento. Santa Catarina, por exemplo, cobra R$ 211,20 para o condutor ter a possibilidade de escolher o registro de seu carro.

Recusa

"Existem pessoas que ficam transtornadas quando descobrem que estão impedidas de escolher", relata Sérgio Vinicius de Oliveira, de 41 anos, da Des­­pachantes Adriano. Ele conta que, em geral, os compradores de carros mais caros tendem a selecionar suas placas, ao contrário dos condutores de automóveis populares, que não dão muita importância para isso.

Escolher a identificação do veículo é algo tão importante que alguns negócios chegam próximos da desistência quando há alguma falha. "Coloco pessoas com bastante responsabilidade para trabalhar, porque, quando acontece algum erro, chega-se a pedir o cancelamento da compra do automóvel", diz Oliveira.

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