• Carregando...

Grande parte dos peixes do lago do Parque São Lourenço, em Curitiba, apareceu morto na manhã desta quarta-feira (18). De acordo com a Prefeitura de Curitiba, que faz obras de desassoreamento no lago, o esgoto pode ser a causa da mortandade.

De acordo com Sergio Tocchio, superintendente de obras e serviços da secretaria de Meio Ambiente, um rompimento na rede acarretou no depósito de muito material orgânico no lago, o que diminuiu a oxigenação da água e culminou na morte dos peixes.

Segundo a Sanepar, houve um rompimento da rede de esgoto na região, que já foi restaurado na terça-feira à noite. Segundo a empresa, a rede deve ter sido rompida por causa do trabalho de alguma máquina. Embora tenha vazado esgoto no rio, ainda não há como confirmar que essa tenha sido a única causa da morte dos peixes.

Para prevenir novos problemas, uma ação conjunta será realizada entre a Sanepar e a secretaria de Meio Ambiente. Será feito o registro de imagens internas da rede para identificar a existência de outros pontos interrompidos. A secretaria também pretende percorrer o rio para coletar amostras para medir o nível de oxigênio da água.

Tocchio explicou que caminhões da prefeitura estão retirando a maior quantidade possível de peixes do parque, mas ainda não é possível afirmar quantos animais morreram no incidente. O superintendente ainda explicou que, por conta das obras de desassoreamento, o nível do lago foi abaixado e, a medida em que as obras continuam, há possibilidade de mais animais morrerem.

Cuidado

Para César Paes Leme, presidente da Associação dos Moradores e Amigos do São Lourenço, é importante descobrir as causas da mortandade. "É lamentável essa situação. A gente gosta muito do parque, vive praticamente com os projetos de voluntariado para cuidar dele", diz. Leme acredita que o episódio pode servir de alerta aos moradores. "Os moradores devem ligar corretamente o seu esgoto à rede e jamais ligar as galerias pluviais nesta rede", lembra.

De acordo com o professor de zootecnia da Universidade Federal do Paraná, Antonio Ostrensky, as espécies encontradas no lago, como carpas e tilápias, já são mais tolerantes ao pouco oxigênio. "Como essas são espécies exóticas vindas da África e Ásia, elas sobrevivem mais ao pouco oxigênio, mas existe um limite que elas não suportam e morrem", explica. Ostrensky acredita que o primeiro passo a ser tomado é encontrar a fonte do vazamento e controlá-lo. "É importante avaliar se há acumulação da matéria orgânica, mesmo que a água do lago esteja com condições. A poluição pode ficar no fundo e ser remexida por alguma tempestade", conta.

Para repovoar o lago, ele destaca a importância de um levantamento de quantos peixes ainda estão vivos "Isso também pode acontecer por superpopulação e talvez ainda existam peixes suficientes para povoar o lago". Segundo ele, para um lago ornamental como o São Lourenço, um valor seguro seria de 100 a 200 gramas de peixe por metro quadrado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]