Colorir os muros e “espantar” a pichação: esse é o objetivo de Ana Beatriz, Wanda, Thales e Elvis| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Festival

O concurso faz parte da programação do Festival Coca-Cola das Escolas. Saiba mais:

• Votação: A votação para escolher a melhor pintura está prevista para começar na próxima semana. Qualquer pessoa poderá votar, por meio do site www.festivalcocacoladasescolas.com.br.

• Campanha: Fica a critério de cada escola mobilizar alunos, professores e a comunidade para angariar votos. Vale campanha nas redes sociais ou propaganda boca a boca. A votação segue até o próximo sábado, dia do festival em Curitiba. Hoje, Londrina deve conhecer a escola campeã. Em Foz do Iguaçu, quem venceu o concurso foi o Colégio Interativa, com 17,2 mil votos.

• Premiação: A escola campeã ganha uma sessão de cinema exclusiva para cem alunos e R$ 1 mil em vale-compras para livros. Já o professor responsável recebe uma câmera de vídeo digital e os alunos, 20 mochilas. A conquista também vale pontos para a fase final do Festival Coca-Cola nas Escolas.

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O que falta em estatura ao garoto Thales Castor dos Santos, morador do bairro São Braz, em Curitiba, sobra em eloquên­cia e habilidade com certas ferramentas. Aos 13 anos, ele manipula os sprays e pincéis de tinta com a mesma desenvoltura com que dis­­para frases de efeito. Não à toa, foi um dos escolhidos para dar nova cara à fachada de concreto do Colégio Estadual Silvestre Kandora, onde cursa o oitavo ano. O colégio é uma das 30 instituições de ensino da capital que participam de um concurso inédito de pintura de muros, promovido pela Spaipa S/A – fabricante e distribuidora da Coca-Cola no Paraná – em parceria com a Associação Comercial do Pa­­raná (ACP).

O concurso faz parte da programação do Festival Coca-Cola das Escolas, que neste ano envolveu também colégios de Foz do Iguaçu e Londrina. A ideia é conscientizar os alunos para o problema da pichação e, ao mesmo tempo, colorir as comunidades ao redor das instituições. Como todo concurso, haverá um vencedor. O que, para Thales, "grafiteiro profissional" desde os 11 anos, parece não importar muito.

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"Essa é uma parada [a pintura] que tiramos de letra. Mas mesmo não ganhando, o que vale é o incentivo para os outros jovens. O grafite não é vandalismo, é arte", discursa o garoto.

Ao lado do amigo Elvis Arlati, 17 anos, também aluno do Silvestre Kandora, Thales integra o grupo Colorir, que faz grafites pelo bairro. O modus operandi da gurizada segue algumas regras. "A gente junta um dinheirinho, compra as tintas, bate nas casas pra pedir autorização das senhoras e pega a assinatura, pra mostrar depois pra polícia, caso eles apareçam", relata Thales.

A próxima etapa, para todos os estudantes curitibanos envolvidos, é caprichar na propaganda e conseguir votos – o concurso é on-line e ocorre durante a semana que vem.

Em Curitiba, a Associação Comercial ficou responsável por contatar comércios e residências vizinhas aos colégios e oferecer o grafite "em vez" da pichação.