No aeroporto, filas para voltar para casa: A movimentação de peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi grande na manhã de ontem nos aeroportos do Rio de Janeiro (foto) e na Rodoviária Novo Rio, que amanheceram lotados. Depois de dormirem na areia e nas ruas de Copacabana à espera do papa Francisco, dezenas de fiéis ocupam os terminais. No saguão de embarque do Terminal 1 do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, a fila do check-in da Gol por poucos passos não chegava ao Terminal 2. A assessoria da Infraero destacou que, além da saída dos peregrinos da JMJ, o movimento de fim das férias ajudou a engrossar as filas. Por volta de 9h30min, parte de um grupo da Ilha Guadalupe, no Caribe, ainda dormia no chão do saguão do Terminal 1. Acampados com colchonetes e cobertores, o grupo dormiu no aeroporto e aguardava o embarque ao meio-dia. A estudante Ana Gabriella Fernandes, de 16 anos, que aguardava o embarque para Brasília, ficou mais de uma hora na fila. “Estou doida para chegar em casa. Estou cansada, mas a Jornada foi ótima.”| Foto: Tania Rego/ABr

Doações

Antes de se despedir do Brasil, o papa deixou com a Arquidiocese do Rio de Janeiro dois cheques no valor de 20 mil euros (R$ 60 mil) cada um. O primeiro é para o Hospital São Francisco, na Tijuca. O segundo, para a Paróquia de São Jerônimo Emiliano, na comunidade de Varginha. As doações foram reveladas pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta. Ele disse que os cheques são "um auxílio", "uma contribuição", e que o papa ficou bem impressionado com os brasileiros.

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9,2 milhões de pessoas passaram pela praia de Copacabana nos quatro dias de eventos com o papa, segundo contagem da prefeitura do Rio de Janeiro. "Foi uma invasão do bem", disse o prefeito Eduardo Paes.

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Vários recordes foram batidos no Rio de Janeiro nos seis dias da Jornada Mundial da Juventude, segundo balanço divulgado ontem pela prefeitura do Rio. A cidade nunca viu tantos turistas reunidos em um só evento: foram 2 milhões, de 180 países. Também foi inédita a aglomeração na praia de Copacabana, com 3,2 milhões de pessoas na missa celebrada pelo pontífice, na manhã de domingo.

O Cristo Redentor, que pela primeira vez funcionou 24 horas por dia, recebeu 20 mil visitantes na sexta-feira passada – quatro vezes mais que a média de 5 mil visitas por dia. Segundo o prefeito Eduardo Paes, R$ 1,2 bilhão foi injetado na economia da cidade durante o encontro católico. "Foi a maior, mais longa e mais bonita celebração da história da cidade", disse.

Na área de transporte, que apresentou muitos problemas durante o encontro católico, com pane no metrô e ônibus superlotados, os números também foram inéditos. Somente no sábado, mais de 155 mil passaram pela Central do Brasil para pegar os trens urbanos. O metrô recebeu 3 milhões de passageiros nos seis dias. A frota de 8,8 mil ônibus também transportou 3,5 milhões de passageiros.

Já em relação ao lixo, o balanço é surpreendente pelo motivo oposto. Com pouco consumo de bebida alcoólica nas ruas, a Companhia de Limpeza Urbana recolheu durante toda a Jornada 390 toneladas de resíduos (345 toneladas de lixo orgânico e 45 toneladas de reciclável). É pouco mais do que as 320 toneladas de lixo recolhidas em uma noite de réveillon, comparou o prefeito. "Esse dado mostra o grau de civilidade dos visitantes e dos cariocas nesta situação", afirmou.

SegurançaEsquema para visita do papa foi mais difícil que a Copa, diz ministro

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Folhapress

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou ontem que garantir a segurança do papa Francisco foi mais "difícil e complexo" do que será na Copa 2014. Para Cardozo, a Jornada Mundial da Juventude é um evento muito diferente do ponto de vista da segurança pública. "Foi uma situação de grande risco", disse, se referindo, em especial, às exigências do próprio papa para flexibilizar o esquema de segurança e às paradas inesperadas em meio à multidão.

"O trabalho de segurança é mais difícil e mais complexo do que foi feito na Copa das Con­federações e me parece que mais difícil do que será na Copa do Mundo", disse, explicando que se trata de um evento de massa onde não se sabe de onde vem e para onde vai a multidão. Além disso, afirmou o ministro, foi uma recepção de um chefe de Estado que é líder religioso e atrai multidões pelo seu carisma. "Em certos momentos, pelo inesperado, nossos dedos ficavam gelados", disse.