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Veja em números como os curitibanos moram |
Veja em números como os curitibanos moram| Foto:

Ter nas mãos a chave da casa própria. Este foi o sonho realizado pela curitibana Waldirene da Borda Ferreira, 35 anos. "Estou muito feliz de ter um canto meu. Só de pensar que não preciso mais pagar aluguel, já sinto um alívio grande", explica a assistente comercial que em novembro de 2008 teve o financiamento de seu imóvel aprovado. Ela já chegou a trabalhar em dois empregos para conseguir pagar as prestações e mobiliar o apartamento de 48 metros quadrados, no Sítio Cercado, zona sul de Curitiba.

Assim como para Waldirene, a moradia própria é uma realidade para grande parte dos moradores da Grande Curitiba. De acordo com a pesquisa da Gazeta, 74% da população vive em imóvel próprio, enquanto 22% pagam aluguel. Na visão do economista Robson Gonçalves, professor do Fundação Getúlio Vargas (FGV), este número se deve a crescente ascensão da classe média que, conforme dados apresentados pela pesquisa, já representa mais do que 50% dos moradores da região. "É um grupo de pessoas que tem poder de compra maior e possibilidade de adquirir seu imóvel próprio", explica.

Para Marcos Kahtalian, consultor do Sindicato da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), a significativa parcela dos que vivem em moradia própria pode ser explicada pelo preço do imóvel na Grande Curitiba que, mesmo com uma valorização de 15% no ano passado, se mantém menor do que em outras regiões do Brasil. "Isso se dá pela disponibilidade de terrenos na cidade. Em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, há pouco espaço para construir. O terreno custa muito e isso impacta no preço do imóvel", observa. Mesmo com a valorização, a pesquisa mostrou também que 17% dos moradores da Grande Curitiba pretendem adquirir imóvel nos próximos 12 meses. "A casa própria continua a ser um bem desejado pela população. A crise econômica mundial não deve atrapalhar esses planos', diz o consultor do Sinduscon.

Razões culturais

Os motivos para que os moradores da Grande Curitiba busquem o imóvel próprio não se limitam somente a razões econômicas. Samira Kauchakje, doutora em Ciências Sociais e professora de Gestão Urbana na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explica que para a classe média o principal bem de consumo é a casa própria. "Significa segurança, um valor fundamental para a estabilidade". O economista da FGV aponta razões no passado. "No fim do século 19, essa região recebeu um grande número de europeus, principalmente alemães, poloneses e ucranianos. Estes povos valorizam muito o imóvel próprio e os bens mais caros."

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