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“Em Pinhais as coisas eram mais fáceis e tudo ficava mais perto.” - Bruna Mates, dona de casa que vive em Colombo, mas prefere a cidade em que morava anteriormente | Fotos: Valterci Santos/ Gazeta do Povo
“Em Pinhais as coisas eram mais fáceis e tudo ficava mais perto.” - Bruna Mates, dona de casa que vive em Colombo, mas prefere a cidade em que morava anteriormente| Foto: Fotos: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

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Apenas 14 cidades estão integradas

Se na RMC há municípios que oferecem boa estrutura urbana, outros se destacam por sua carência. São 26 municípios com diferentes realidades, como os do Vale do Ribeira, uma das áreas mais pobres do Paraná. Segundo o Ipardes, o aglomerado metropolitano é efetivamente formado por apenas 14 daqueles municípios. Dos restantes, dois têm nível de integração baixo e dez têm nível considerado muito baixo.

A professora Olga Firkowski, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná e coordenadora do Núcleo Curitiba do Observatório das Metrópoles, aponta a necessidade de serem costuradas políticas públicas que beneficiem todos os municípios. "É preciso que haja um capitão que entenda que este é um único barco."

O coordenador-geral da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Rui Hara, concorda que há problemas comuns a todos os municípios e que é preciso pensar na Grande Curitiba como um todo. No entanto, reconhece não ser fácil fazer políticas para os municípios. "Existia áreas de tensão, que felizmente estão cada vez menores", completa.

Para superar os problemas, Hara destaca que o Pla­no de Desenvolvimento Integrado da região (PDI), edi­­tado em 2006, está sendo revisto para que as cidades tenham maior autonomia. Ele defende a regionalização de serviços e a implantação de indústrias.

O entra e sai na linha de ônibus Colombo/ São José, que percorre uma distância de 44 quilômetros ida e volta, é um reflexo das trocas entre municípios da região metropolitana de Curitiba (RMC). Na linha que atravessa São José dos Pinhais, Curitiba, Pinhais e Colombo passam por dia 13 mil passageiros. Há os que pegam a linha diariamente para trabalhar em outra cidade, os que dependem dos serviços da capital e aqueles que raramente saem do seu município.

Pelo trajeto se observa que, enquanto algumas cidades da região são altamente dependentes da capital, outras se destacam na qualificação de comércios, serviços e produção industrial. A primeira da lista é São José dos Pinhais, que, no Paraná, tem a sexta maior população (264 mil habitantes), o terceiro maior Produto Interno Bruto (R$ 10,4 bilhões) e foi a terceira cidade que mais exportou em 2010 (US$ 1,9 bilhão), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comério Exterior.

É para lá que se desloca diariamente o auxiliar de produção Gustavo Antônio Antunes, a bordo da linha Colombo/ São José. Antunes mora em Piraquara e trabalha em uma fábrica na cidade vizinha. "Levo uma hora e meia de ônibus, mas compensa. Piraquara é pequena", diz. Ele revela que na sua cidade faltam indústrias e muitos moradores têm de ir trabalhar em outros lugares. Piraquara aparece na 55.ª posição no ranking estadual do PIB, com R$ 389,8 milhões, de acordo com números de 2008 do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Diferenças

Araucária, por outro lado, tem o segundo maior PIB do estado, de R$ 11 bilhões, atrás apenas de Curitiba. O destaque fica com o parque industrial petroquímico, siderúrgico e metalmecânico e por abrigar a Refinaria Getúlio Vargas, da Petrobras. Também Pinhais, que tem troca direta e constante com a capital, oferece infraestrutura e registra boa renda. O município tem o segundo maior rendimento domiciliar médio per capita da RMC, de R$ 862, atrás apenas de Curitiba.

A operadora de caixa Taís Cristina Miquelani Silva, que mora em Pinhais, diz que não precisa se deslocar para outro lugar para trabalhar. "Tem tudo na minha cidade. Vou trabalhar a pé, meu serviço fica a duas quadras de casa", conta ela, que pegou a linha Colombo/ São José para ir até Colombo fazer um exame admissional – exigência da empresa.

Em menor proporção

Na RMC ainda se destacam Campo Largo e Colombo – essa última com alguns problemas sociais. A cidade ocupa a 269.ª posição no ranking do último Índice Ipardes de Desempenho Municipal entre os 399 municípios paranaenses, de 2008. O índice avalia as áreas de emprego, renda, produção agropecuária, educação e saúde.

A dona de casa Bruna Mates conta que gostaria de morar em Pinhais, mas, devido ao preço elevado de terrenos, optou por Colombo. Ela diz que encontra todos os serviços onde vive, como bancos e mercados, mas aponta ser preciso melhorar principalmente o atendimento na área de saúde. "Em Pinhais as coisas eram mais fáceis e tudo era mais perto", diz ela, que aguardava no terminal o ônibus da linha Colombo/ São José para ir visitar a mãe em Pinhais.

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