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R$ 5 mil

Foi o valor pago pelo empresário Paulo Sena por uma lipo feita por um cardiologista e que lhe deixou seqüelas.

Além de checar a licença sanitária, as instalações e a aparelhagem do local onde será feita a cirurgia, é fundamental que o paciente verifique também a especialidade do médico. De acordo com a presidente da Sociedade Paranaense de Cirurgia Plástica, Ana Zulmira Badin, não são raros os casos de complicações e resultados insatisfatórios decorrentes de cirurgias feitas por profissionais não especializados. A médica esclarece que, para ter o título de especialista, o profissional precisa ser graduado em Medicina, passar por dois anos de cirurgia geral e por fim mais dois anos de cirurgia plástica. Ela alerta ainda que o preço não deve ser o principal quesito para a escolha do profissional. "Se o preço for muito baixo desconfie, isso costuma ser um chamariz para atrair clientes, mas pode acabar em complicação", afirma.

O empresário Paulo Sena, 45, foi vítima de um falso cirurgião em setembro do ano passado. Depois de uma consulta rápida feita em um renomado salão de beleza de Curitiba, Paulo acabou fazendo uma lipoaspiração em um consultório de cardiologia. "Eu era cliente desse salão já tinha um tempo e ouvia o pessoal comentando sobre esse suposto cirurgião, dizendo que ele era muito bom", lembra. A cirurgia de Paulo foi marcada para as 22 horas. Mesmo achando o horário estranho, ele seguiu em frente. O procedimento foi feito sobre uma maca – no local só estavam o médico e a esposa, uma fisioterapeuta. "Só depois descobri que ele era cardiologista. No local não havia nenhum equipamento de emergência, levei várias injeções com anestesia, senti muita dor e para completar ele ainda fez um corte a mais do que o necessário", conta. A cirurgia durou duas horas e Paulo foi para casa. Três dias depois começaram a aparecer nódulos por todo o abdome. Ele então voltou a encontrar o médico no salão para fazer sessões de drenagem linfática. "Ele chegou a me aplicar injeções de corticóide, fiquei com a barriga toda dura", diz. Pela cirurgia o médico cobrou cerca de R$ 5 mil. Paulo não denunciou nem abriu processo contra o médico. Além do prejuízo financeiro, o empresário leva as seqüelas e o trauma de um procedimento malfeito. Agora ele se prepara para passar por uma cirurgia reparadora.

Segundo Ana Zulmira, nos casos em que a cirurgia que deu errado foi feita por um médico não especialista, os pacientes não costumam denunciar. "Nesses casos o paciente procura outro cirurgião para fazer o reparo, mas não denuncia, talvez por vergonha", conta. (CV)

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Serviço: No caso de perceber irregularidades, o paciente pode denunciar o estabelecimento à Vigilância Sanitária de Curitiba, pelo telefone (41) 3330-4300. Sobre o título de especialista do médico, o paciente pode consultar o CRM pelo telefone (41) 3240-4000, ou ainda entrar em contato com a Sociedade Paranaense de Cirurgia Plástica pelo (41) 3335-5700. No site da sociedade www.cirurgiaplastica.org.br é possível consultar o cadastro dos médicos.

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