Psicólogos, juízes e assistentes sociais estão reunidos em Campo Grande, nesta quinta-feira (3), para discutir formas de evitar casos em que a criança adotada se torna vítima de pais despreparados. O Encontro Nacional de Apoio à Adoção busca soluções para diminuir o tempo de espera das crianças nos abrigos, mas sem correr o risco de que elas sofram com famílias que não estão preparadas para a adoção, e sejam até "devolvidas" aos orfanatos.
O objetivo também é evitar que ocorra com outras crianças o que aconteceu recentemente com a menina de 2 anos, que foi torturada. A mãe adotiva dela, uma procuradora aposentada do Rio de Janeiro, está presa.
A chegada de um filho adotivo nem sempre é só alegria. "No primeiro dia aqui em casa ela não queria ficar. Ela queria voltar para o orfanato", disse Diná Guimarães de Campos, mãe de Joice, 7 anos. "Eu estava assustada, não queria que ela fosse minha mãe. Foi aos poucos que ela me conquistou", disse a menina.
Pela nova lei as crianças e adolescentes só podem ficar no máximo dois anos nos abrigos. Mas até sair a decisão definitiva do juiz são muitas idas e vindas. Em alguns casos os candidatos a pais levam as crianças pra casa numa fase de adaptação e desistem de adotar no meio do caminho.
Por ano em média cinco crianças são devolvidas na Vara da Infância em Campo Grande e os pais adotivos dão cada desculpa, como o fato de que a criança é bagunceira, disse Ana Paula Queiroz, coordenadora de abrigo.
Essas três irmãs foram devolvidas duas vezes. "O que eu mais quero é pai e mãe", disse uma das meninas.
Hoje, no Brasil, mais de três mil crianças vivem em abrigos esperando por adoção.
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