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Arlan, de 16 anos, foi sequestrado no dia 2 de abril | Reprodução/ Facebook
Arlan, de 16 anos, foi sequestrado no dia 2 de abril| Foto: Reprodução/ Facebook

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Pai do garoto está sendo ameaçado, diz amigo

Um dos amigos próximos da família Fick, Justo Anibal Casuriaga Villalba, confirmou à Gazeta do Povo que o pai de Arlan, Alcido Fick, estaria sendo ameaçado por integrantes do EPP. "Ele está em casa, mas sem poder fazer muita coisa, pois está sendo monitorado", disse. Segundo Villalba, Alcido teria tido contato com os sequestradores e confirmado que o filho está vivo. "Não sabemos muita coisa, esperamos só que esteja vivo e que faça contato nos próximos dias."

Apesar de amigos e familiares manterem a esperança na volta de Arlan, em entrevista ao site paraguaio Hoy, o ministro do Interior paraguaio, Francisco de Vargas, considera que o EPP não deve liberar o garoto até que os integrantes presos seja soltos. A proposta de troca foi feita por ativistas de direitos humanos.

Para o adido da PF Zulmar Pimentel, a troca ainda não foi pautada pelo governo paraguaio. "O movimento que se intitula popular não tem a simpatia da comunidade. A questão da troca foi levantada pelos ativistas e seria referente a um grupo com cerca de 10 epepistas. Mas isso não foi discutido."

Colaborou Daniela Valiente, especial para a Gazeta do Povo

Um adolescente de 16 anos, estudante do ensino médio, reservado e muito tranquilo. Assim é descrito o jovem Arlan Fick, paraguaio filho de brasileiros, sequestrado pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP) no dia 2 de abril e que, mesmo após o pagamento do resgate de US$ 500 mil feito pelo pai, Alcido Fick, continua desaparecido. As características do jovem foram descritas pela irmã de Arlan, a contadora Solange Fick, de 24 anos. O adolescente é o único filho homem do casal brasileiro, que tem ainda três filhas.

"Toda a família está desesperada, pois não temos absolutamente nenhuma notícia do nosso irmão, se está vivo ou morto, ou onde poderia estar. Sabemos apenas que ele foi embora, e continuamos com a esperança de que ele esteja vivo", desabafa Solange. A irmã e toda a família moram em Concepción, a 400 km de Assunção, região norte do Paraguai, próximo à fronteira com o Mato Grosso do Sul. Os pais de Arlan possuem terras próximas à cidade e moram na região há mais de 30 anos.

Ontem, o jornal paraguaio ABC Color informou que o presidente daquele país, Horácio Cartes, teria se encontrado com Alcido Fick. Os moradores da região onde Arlan foi sequestrado estão preocupados pela segurança e, principalmente, pela atuação da guerrilha que sequestrou o jovem. O caso está sendo seguido de perto pelas autoridades brasileiras. "O Brasil ofereceu ajuda desde o começo, sempre dentro de nossas possibilidades", disse o embaixador do Brasil em Assunção, José Felício.

Já o adido da Polícia Fe­­deral, Zulmar Pimentel, assegurou que "existe uma grande expectativa [pela possibilidade de encontrar Arlan com vida], mas a verdade é que ainda não há um fato novo sobre a restituição do sequestrado". A sensação entre policiais paraguaios é de que a decisão da família de rechaçar a colaboração policial acabou prejudicando a situação de Arlan.

O pai do rapaz teria deixado o dinheiro numa estrada do norte paraguaio, cumprindo à risca às exigências dos sequestradores, que agora condicionaram a libertação do rapaz a uma anistia para todos os guerrilheiros que estão detidos.

A família e as forças policiais têm esperanças de encontrar o jovem vivo, pois o Exército do Povo Paraguaio fez cinco grandes sequestros, e em apenas um deles a vítima foi morta. No caso, foi a filha do ex-presidente Raúl Cubas.

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