• Carregando...

Seis meses após denunciar o suposto superfaturamento nas compras do programa Leite das Crianças e outras irregularidades, como problemas em contratos da Copel, o procurador Luiz Henrique Bona Turra foi demitido ontem pelo governador Roberto Requião. Ele chegou a dizer na Assembléia Legislativa, em maio deste ano, que o leite era superfaturado em 40%, mas segundo a bancada de oposição, a denúncia era muito genérica e por isso não foi levada em consideração.

Irregularidades no programa Leite das Crianças também foram denunciadas em reportagens da Gazeta do Povo, publicadas na semana passada. Um dos problemas apontados – com base em documentos – é que o estado pagou 40% a mais por litro de leite, em relação a vendas feitas pelos laticínios no atacado a supermercados. O mesmo leite que custa R$ 0,91 ao governo, com isenção fiscal, foi vendido a R$ 0,65 a supermercados nos últimos dois meses.

O anúncio da demissão do procurador Bona Turra coincidiu com o debate travado ontem na Assembléia, entre deputados da oposição e o líder do governo na Assembléia, Dobrandino da Silva. A polêmica era exatamente o preço do leite pago pelo estado, a partir da matéria publicada pela Gazeta do Povo.

Segundo o líder da oposição, Valdir Rossoni, é muita coincidência o fim do processo administrativo aberto contra Bona Turra, que foi punido por quebra de sigilo profissional, no mesmo momento em que os deputados passaram a cobrar explicações sobre o preço pago pelo leite.

Já a liderança do governo na Assembléia contestou ontem as informações do procurador Luiz Henrique Bona Turra, passadas no depoimento feitos aos deputados no plenário, há cerca de seis meses. Ele foi chamado na oportunidade, após vazar a informação das supostas irregularidades apontadas por Bona Turra numa reunião com petistas. Entre outras coisas, o procurador dizia que as irregularidades em contratos da Copel somam US$ 3 bilhões. Segundo texto publicado na agência estadual de notícias, o deputado Dobrandino classificou a atitude de Bona Turra como de "má-fé". O procurador não foi localizado pela reportagem para falar sobre o assunto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]