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Melhorias são mais do que necessárias

Quase um milhão de pessoas circulam diariamente nos 21 terminais urbanos de transporte coletivo de Curitiba. E os usuários não vêem a hora de as obras começarem. Ou melhor, de as obras terminarem. A lista de reclamações é longa, mas não muito diversificada.

Entre os usuários e comerciantes do terminal do Capão Raso, por exemplo, a principal queixa é em relação à cobertura. "Quando chove, entra água por tudo", afirma a funcionária de um dos quisoques Zenita Ferreira Borges, 42 anos. Esta é também a preocupação do servente Eliano Vernek, 28 anos. Só que no caso dele a reclamação é em relação ao terminal do Hauer. "Não tem onde ficar. Chove mais dentro do que fora", diz. "Tem goteira dentro da banca e não tem como arrumar sem autorização da prefeitura", reclama a funcionária de um dos quiosques no mesmo terminal, Aline Feitosa, de 19 anos.

Sujeira

Para o comerciante e usuário do terminal do Capão Raso Antônio Alencar, de 43 anos, além das goteiras, a sujeira preocupa. "É tudo muito sujo. Os banheiros eu nem uso", diz. Já para a dona de casa e usuária do terminal do Pinheirinho Teresinha do Carmo Cachinski, 48 anos, o problema é a quantidade de pessoas para um espaço pequeno. "Se você estiver com pressa, não consegue pegar ônibus, porque fica muito cheio aqui", conta.

A reclamação do atendente Vagner Borges, 18 anos, vai ao encontro dos projetos da prefeitura para o terminal Capão da Imbuia, que será transferido e ampliado. "É muito pequeno. A organização não é boa, não tem cobertura para atravessar em dia de chuva e o banheiro não é usável. Quando o tubo enche, as pessoas têm de ficar do lado de fora, mas não há nenhuma cobertura para dia de chuva", reclama. (TC)

Quem usa os terminais de ônibus de Curitiba vai precisar esperar mais um ano para se livrar dos problemas que vêm irritando a população. A reforma que será feita pela prefeitura só deve começar em dezembro. E a previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em oito meses. Ou seja: terminais sem goteiras e com espaço para mais usuários, só em agosto de 2008.

Dos 21 terminais, 17 serão reformados com recursos do Programa de Infra-Estrutura para a Mobilidade Urbana do governo federal, somando R$ 8,2 milhões. Desse total, 10% é proveniente do município. Entra nesse pacote também a reforma de 41 estações-tubo, sendo 36 delas nos terminais e outras cinco fora.

Um outro pacote de obras será feito com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Dessa vez, o valor investido será maior: serão R$ 32 milhões para ampliação e reconstrução de quatro terminais até 2010. Cada terminal reconstruído custará cerca de R$ 8 milhões em média.

"Serão reconstruídos os terminais que necessitem de uma modificação muito grande, que exigem uma grande ampliação ou desapropriação de áreas", explica o chefe do núcleo de assessoria técnica da empresa que administra o transporte coletivo de Curitiba (Urbs), o engenheiro Nelson Basgal.

Obras

Os terminais do Cabral e do Hauer serão totalmente reconstruídos entre 2008 e 2009. O terminal do Pinheirinho será ampliado junto às obras da Linha Verde e, a partir de 2010, os terminais do Capão da Imbuia e do Campina do Siqueira serão reconstruídos.

O terminal do Capão da Imbuia mudará até de lugar. Ele será transferido para um outro terreno que está sendo desapropriado três quadras adiante do atual. O do Campina do Siqueira passará por uma reforma a partir de dezembro deste ano e será reconstruído a partir de 2010. "Como ia demorar para que o terminal do Campina do Siqueira fosse reconstruído, decidimos reformá-lo agora, já que há uma necessidade urgente. Já o do Capão da Imbuia está num local muito espremido, sem possibilidade para que façamos sua ampliação", afirma Basgal.

Necessidade

Os terminais urbanos de Curitiba não são muito antigos. O mais velho, o do Boqueirão, foi inaugurado em 1980. Ou seja, 27 anos atrás. Mesmo assim, a própria Urbs admite que o estado de alguns deles é lastimável. "Os terminais precisam dessas reformas. Alguns deles estão funcionando de forma precária", declara Basgal.

Segundo o engenheiro, os gases dos escapamentos de ônibus e a umidade do ar fazem com que os terminais se desgastem rapidamente. "Essa mistura forma gás sulfídrico, que ataca as partes metálicas da construção e as fibras de vidro", explica. "Há anos que o município vem tentando captar recursos para realizar essa revitalização. Agora, vamos poder utilizar tinta especial para pintura de navios, que não havia na época", conta.

Em geral, nos 17 terminais haverá revitalização da cobertura, banheiros, calçadas, ampliação de plataformas, pinturas novas, novo asfalto e mudanças para facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais. Já nas estações-tubo, as mudanças incluem revisão na parte elétrica, nos mecanismos das portas, nas catracas, troca de vidros e pintura.

A estação-tubo da Eufrásio Correia terá a maior reforma. A Urbs e o Ippuc estudam possibilidades de como "engordar" a estação para aumentar a sua capacidade. Além disso, pretende-se desalinhar os tubos para facilitar a ultrapassagem dos ônibus, para que no futuro possa ser implantada a linha de biarticulados com ligação direta entre os terminais, o Ligeirão.

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