Estado tem a madrugada mais gelada do ano

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A madrugada de quarta-feira foi a mais gelada do ano na capital paranaense. Os termômetros marcaram 4,9ºC, entre 7 e 8 horas. Com rajadas de ventos de 18 km/hora, a sensação térmica neste horário foi ainda pior: 2ºC. Em algumas cidades da região metropolitana, a temperaturas foram mais baixas, como em Pinhais, com 3,7ºC, e Lapa, com 3,2ºC.

A mínima do estado foi registrada em Palmas, na Região Centro-Sul. Os termômetros marcaram 0,1ºC, mas, com ventos de 25 km/hora, a sensação térmica foi de -10ºC. Mesmo em cidades normalmente quentes, o frio chegou com tudo. Cascavel, no Oeste, marcou 4,7ºC e a sensação térmica foi de -4ºC.

Os ventos em Cascavel, de até 40 km/hora, causaram quedas de árvores e a interrupção no fornecimento de energia elétrica em alguns bairros. A ocorrência mais grave foi registrada na zona norte da cidade, onde uma araucária, de 20 metros de altura, caiu sobre uma casa onde moravam sete pessoas. A queda só não teve conseqüências maiores graças ao menino Elias, 10 anos. Ele ouviu estalos do pinheiro, saiu para ver o que estava acontecendo lá fora e avistou a árvore envergando sobre a casa. Imediatamente, o menino voltou para dentro e avisou a irmã, Fabiane, 12 anos. "Eu e a minha irmã saímos correndo para fora. Em seguida, o pinheiro caiu, fazendo muito barulho", contou. Os outros moradores não estavam em casa no momento do acidente.

Previsão

De acordo com o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, Reinaldo Kneib, as temperaturas permanecem baixas em todo o Paraná nos próximos dias. Entretanto, a previsão é de que o vento fique mais fraco e com isso a sensação de frio seja amenizada.

Há risco de geada hoje para as regiões de Guarapuava, Ponta Grossa e Cascavel, com mínimas que variam de 3ºC a 5ºC. Conforme a Cocamp (Cooperativa Agrícola dos Campos Palmenses), durante a madrugada de ontem, já foram registrados vários pontos de geada nas regiões mais baixas de Palmas. A mudança de temperatura preocupa principalmente os produtores que investiram na safrinha de milho, motivados pela pequena elevação no preço da saca. No Extremo Oeste do Paraná, a safrinha atinge 70% da área de plantio, dividindo espaço com culturas como o trigo, que este ano atingiu apenas 10% da área agricultável. Entretanto, ao contrário do trigo que se beneficia com o clima mais frio, o milho é mais suscetível à queda nas temperaturas. "Se realmente ocorrer geada na região, a perda poderá ser de 70% a 80% da safrinha", afirma o gerente da Cooperativa Lar em Santa Terezinha de Itaipu, Paulo Luís Canova.