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As estradas paranaenses que estão sob a tutela do Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual (BPRv) registraram 4,5% menos acidentes em 2006 em comparação com o ano anterior. Já o número de mortes caiu 3,6%. Em compensação, a emissão de multas cresceu 25% no mesmo período – prova de que o rigor contra as infrações nas rodovias, entre outras razões, forçou a queda nas ocorrências em cerca de 15 mil quilômetros fiscalizados pelo BPRv – destes, cerca de 80% são estradas estaduais e 20% federais. Já a Polícia Rodoviária Federal, que controla poucos mais de mil quilômetros no estado, informou que ainda não fechou o balanço do ano passado.

Segundo dados fornecidos pelo BPRv, no ano passado foram registrados 14.539 acidentes nas estradas contra um total de 15.238 em 2005. O número de mortos caiu de 879 para 847 no último ano, assim como o total de feridos, que diminuiu de 11.945 para 11.656. Os resultados podem parecer inexpressivos, mas considerando-se o fato de que a frota de veículos no Paraná aumentou 6,5% nos últimos doze meses – o que tenderia a causar um acréscimo no números de ocorrências –, é possivel enxergar com otimismo a pequena redução.

O tenente Sheldon Vortolin, chefe de operações do BPRv, afirma que a diminuição se deve à intensificação da fiscalização nas estradas e aos investimentos em informatização da base de dados da polícia."Todo incidente que ocorre nas nossas estradas é imediatamente comunicado ao sistema de dados. Ao final de cada mês é feita uma análise destes dados, o que nos indica os problemas e os locais em que estão ocorrendo mais acidentes. Desta forma, no mês seguinte, nós trabalhamos nestes pontos, no sentido de evitar novos acidentes", explica.

Um exemplo é o trecho da Serra de São Luiz do Purunã, na BR-277. De acordo com o tenente, até março de 2006, os acidentes eram diários. Após o sistema indicar que este era um ponto crítico, a BPRv colocou um radar fotográfico no local para forçar a diminuição da velocidade neste trecho e hoje o índice de ocorrências é praticamente nulo. À fiscalização ostensiva e ao trabalho em pontos problemáticos soma-se o trabalho de educação dos motoristas, levando a estes a idéia de que com prudência muitos acidentes podem ser evitados. "Como a maior causa de acidentes nas estradas é o motorista, temos adotado medidas para conscientizá-lo", diz.

O que comprova a tese de que a desatenção é a causa de grande parte dos acidentes é o fato de que o tipo mais comum de choques é a colisão traseira. Do total de ocorrências do ano passado, 2.159 foram deste tipo. Vortolin assegura que, na maioria dos casos, um pouco mais de atenção seria suficiente para evitar a batida. E ainda aconselha quem quer fugir deste tipo de choque: "Além do cuidado, sempre manter uma distância segura do veículo que está na frente, principalmente em dias de chuva. Obedecer a sinalização e diminuir a velocidade ao entrar em perímetros urbanos também ajuda."

O tenente explica que os pontos mais críticos das estradas paranaenses são justamente aqueles em que há um movimento mais intenso. "Quanto maior o fluxo de veículos e de pessoas, maior o índice de ocorrências", explica. Os dados da BPRv apontam que, entre 16 e 23 horas, os acidentes são mais freqüentes. No final da tarde, segundo o tenente, os motoristas estão mais cansados, o que compromete o nível de atenção. Já a noite justifica-se pela considerável diminuição da visibilidade. Em relação aos dias da semana, a maior incidência de acidentes ocorre nas sextas-feiras, sábados e domingos, devido basicamente ao aumento do fluxo de veículos nas rodovias.

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