Estudante de Direito denuncia colegas por ofensas na internet

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Quando passou no vestibular, há dois anos, para o curso de Direito na Universidade Norte do Paraná (Unopar), a estudante Karina Januário da Silva não imaginava que um dia teria de acionar a polícia contra os próprios colegas. Na última segunda-feira, ela registrou boletim de ocorrência contra um grupo de estudantes do curso. O motivo: mensagens maldosas escritas sobre ela e o namorado, que tem deficiên­cia física em uma perna.

"Quando passamos do terceiro para o quarto semestre, houve a divisão das turmas e eu fui para uma sala diferente. Os alunos já tinham um grupo no WhatsApp onde trocavam informações a respeito de trabalhos, provas e outros assuntos. Nunca pedi para fazer parte desse grupo, mas o meu nome e o do meu namorado foram cogitados. Foi aí que começaram as ofensas", explica Karina.

Os comentários foram escritos em 22 de outubro. No dia seguinte, um colega de Karina mostrou a ela o teor das mensagens. A estudante reuniu as provas e tentou contato com a direção da universidade, mas não obteve resposta. "Falei com o coordenador do curso e ele disse que nada podia ser feito. Tentei então com o diretor geral, mas ele também não tomou nenhuma atitude. Disse que como tudo ocorreu fora do ambiente da universidade, não há como a Unopar se responsabilizar. Nem mesmo falar com os alunos ele foi", reclama. Karina também registrou a ocorrência na esfera cível.

A Unopar alega que, após saber do fato, tomou providências internas e orientou a estudante para a resolução do caso. "A Unopar condena qualquer ação que fomente a discriminação ou o preconceito entre as pessoas baseada em diferenças de cultura, religião, nacionalidade, raça, classe social ou sexo. A instituição lamenta profundamente o ocorrido e coloca-se à disposição para quaisquer outros esclarecimentos adicionais", diz trecho de uma nota enviada por e-mail.

Recorrente

Este não é o primeiro caso envolvendo comentários preconceituosos feitos por estudantes de Direito nas redes sociais em Londrina. No início de setembro, Celiana Lúcia da Silva acusou colegas de turma na Faculdade Arthur Thomas de trocarem mensagens racistas a respeito dela no WhatsApp.