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São Paulo - O estudante Felipe Iasi, 23 anos, foi indiciado ontem pela polícia sob a suspeita de participação no assassinato do cartunista e líder religioso Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni. Iasi dirigia o carro que levou Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, que confessou os crimes, até a casa das vítimas, em uma chácara em Osasco (SP). Glauco e Raoni foram mortos com quatro tiros cada, na madrugada do dia 12 deste mês. Nunes está preso em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, desde o dia 14, depois de tentar fugir para o Paraguai.

Iasi foi ouvido ontem durante duas horas pelo delegado Archi­­me­­des Cassão Veras Júnior, do Se­­tor de Investigações Gerais de Osas­­co. Ele manteve a versão de que não teve relação com o crime, que le­­vou Nunes ao local porque foi ameaçado e que deixou a chácara an­­tes de os dois serem mortos. "Es­­tou revoltado. Sou inocente", disse, Iasi ao deixar a delegacia, às 16h45, acompanhado da mãe, Enei­­da, e do padrasto, Antonio Lima.

De acordo com Veras Júnior, a contribuição de Iasi no crime foi ter pulado o muro e aberto o portão da chácara, facilitando a entrada de Nunes. "Ele poderia ter alertado as vítimas. Estava o tempo todo com o telefone celular e também poderia, se quisesse, ter avisado a polícia", afirmou. Segundo o delegado, no trajeto até a chácara o estudante passou por um carro da polícia na praça Panamericana, em São Paulo, que poderia ter sido acionada.

O indiciamento tem como base a combinação dos artigos 121 (homicídio) e 29 ("quem, de qualquer modo, concorre para o crime’’) do Código Penal. "É um inquérito sem qualquer base. Não existe ainda nos autos qualquer laudo", criticou o advogado de Iasi, Cássio Paulette. Ele afirmou que vai recorrer contra o indiciamento com pedido de habeas-corpus à Justiça. Por enquanto, o estudante responderá em liberdade.

Segundo o diretor do Departa­­mento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo, Marcos Carneiro Lima, Iasi não guardou o carro na garagem de sua casa após a noite do crime. Ele estacionou o veículo em outra rua. A informação foi registrada pelo rastreador do seguro do carro de Iasi. O Gol de Iasi foi apreendido ontem, para que peritos do Instituto de Criminalística procurem vestígios de pólvora ou de sangue.

Visita

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes recebeu ontem pela primeira vez a visita do pai, o comerciante Carlos Grecchi Nunes, e do irmão mais novo, Carlos Augusto. Os dois estiveram pela manhã na delegacia da Polícia Federal em Foz. "Ele continua acreditando que o Carlos Augusto é a encarnação de Jesus. O Glauco agia movido pelas crenças dele. Eu respeito. O Carlos Eduardo agiu movido pela loucura’’, disse.

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