Estudantes do campus Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram entrar em greve em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (24).

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Segundo os alunos, a paralisação foi aprovada por 393 pessoas que estavam na reunião. Outras 282 votaram contra. A principal reivindicação do movimento é a manutenção da chamada “Ponte Orca”, ônibus que faziam o transporte gratuito da estação Carrão (zona leste da capital) até o campus, no centro de Guarulhos, região metropolitana.

O transporte ocorria por meio de um convênio da universidade com a EMTU (empresa metropolitana de transportes). No início deste ano, a Unifesp cortou o transporte, alegando que os alunos seriam beneficiados pelo passe livre estudantil. Os estudantes argumentam que não estão conseguindo o benefício e que cerca 30% dos alunos da Unifesp não se encaixam no critério de renda exigido pelo governo para conceder o passe livre.

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Têm direito ao passe livre estadual estudantes de universidades públicas que tenham renda de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.182). Em nota, a universidade afirmou que o valor do contrato de transporte com a EMTU era muito alto e que “fica difícil justificá-lo” com o benefício do passe livre em vigor. Diz, ainda, que uma linha expressa de ônibus será criada para ligar estações do metrô à região do campus.

Os estudantes também pedem moradia estudantil na região da universidade, aos moldes do que ocorre na USP, e a definição da data da volta do campus para o bairro dos Pimentas, periferia de Guarulhos.

Por conta de obras de melhoria, a Unifesp precisou mudar toda sua estrutura para um colégio da cidade, pagando um aluguel milionário. As obras devem ficar prontas ainda neste semestre, diz a universidade, em nota. A Unifesp diz, ainda, que concede auxílios aos estudantes para “priorizar a permanência estudantil.”

Imbróglio

A Unifesp, instituição nascida da tradicional Escola Paulista de Medicina, uma das mais reputadas faculdades do país, foi expandida para Guarulhos e para outras cidades paulistas. O campus de Guarulhos, inaugurado em 2007, tem a situação mais problemática, com atraso das obras por questões de licitação.

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Hoje, a sede em Guarulhos tem 3.219 estudantes espalhados por cursos na área de humanas. A unidade foi também a mais afetada pela greve das federais em 2012. Por causa da paralisação, que durou meses, o ano de 2013 começou quase seis meses depois do previsto.