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Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba | Divulgação/Grupo Jam
Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba| Foto: Divulgação/Grupo Jam

Pelo menos 14 das 91 escolas municipais de Londrina, no Norte do estado, apresentam problemas de desperdício de merenda, serviço terceirizado por meio de contrato – no valor de R$ 10,4 milhões – para o fornecimento de alimentação em vários órgãos públicos da cidade, como hospitais, maternidades e entidades que mantêm projetos sociais. Do total de refeições servidas pela empresa contratada, a SP Alimentos, quase 80% atende a demanda das escolas municipais, onde são servidas 40 mil refeições diárias, ao custo de R$ 1,36 por unidade (que inclui lanche e almoço).

Segundo a Secretaria de Gestão Pública do município, uma orientação da empresa terceirizada procura coibir o desperdício: recomenda-se aos funcionários que sirvam a refeição completa às crianças e não apenas a sobremesa (geralmente uma fruta) ou o suco. Entretanto, muitos estudantes estariam jogando parte da refeição e ficando apenas com as frutas e sucos.

A empresa que fornece a merenda é remunerada a cada 15 dias, quando contabiliza o número de rejeições servidas e cobra da prefeitura. "Não podemos continuar a pagar R$ 1,36 por um suco ou uma fruta, se este é o preço, é pela refeição inteira. O problema é que também não podemos simplesmente diminuir o valor e as quantidades do contrato, porque há questões jurídicas envolvidas", diz Jair Ramos, diretor-administrativo da Secretaria de Educação.

Segundo Ramos, o programa de alimentação escolar brasileiro é semelhante ao japonês, americano ou europeu. "Prevê a quantidade de calorias necessárias durante o tempo em que se está na escola. Mas em algumas delas as crianças não comem o principal: elas jogam no lixo e é claro que a comunidade fica revoltada com algo assim. Também ficamos tristes, mas não é fácil de resolver". O diretor da Secretaria de Educação alega que o problema não era previsível porque o contrato de terceirização envolve diferentes realidades que só agora vieram à tona. "Agora pensamos 24 horas nisso."

"Já houve muito mais desperdício", afirma Jacks Dias, secretário de Gestão Pública, que classifica o problema hoje como "irrisório": "Temos muito mais elogios pela alimentação do que críticas". De acordo com Dias, o contrato só será alterado em último caso. A partir da segunda metade de maio, a terceirizada vai promover teatros e atividades lúdicas para tentar convencer as crianças a comer toda a refeição. Em algumas escolas, o horário das refeições será mudado como forma de garantir que os estudantes estejam com fome. Dias afirma que não pode abrir mão de que cada criança consuma 350 calorias/dia – padrão estabelecido pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). "Mesmo que a criança coma em casa, a nossa obrigação é garantir esse mínimo. A criança tem que comer".

Apesar da rejeição registrada em pelo menos 14 escolas, o cardápio é aprovado pela maioria das crianças, que podem consumir alimentos variados – muitos sequer disponíveis na mesa da maioria dos brasileiros. A reportagem não conseguiu contato com a empresa SP Alimentos no horário comercial.

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