Após dois meses de protestos, estudantes secundaristas goianos deixaram três das quatro escolas estaduais ocupadas, informou o governo do Estado. As instituições desocupadas na sexta-feira (19) foram o Instituto de Educação de Goiás (IEG) e os colégios estaduais Américo Borges de Carvalho e Dr. Mauá Cavalcante Sávio.
Ao todo, 29 escolas foram ocupadas desde o começo de dezembro, em Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, São Luís de Montes Belos e Cidade de Goiás. A reportagem tentou, mas não conseguiu falar com os estudantes que organizaram as ocupações.
As manifestações acontecem contra o plano do governador Marconi Perillo (PSDB) de transferir a gestão de escolas para as Organizações Sociais (OSs), entidades que vão receber recursos do estado para administrar as instituições de ensino.
Os alunos, contudo, permanecem no colégio estadual José Carlos de Almeida, a primeira unidade ocupada, em 9 de dezembro. Mas, como a escola não está mais em funcionamento desde 2014, o governo dá como encerrada as ocupações de escolas públicas.
Em 13 de janeiro, o desembargador Geraldo Gonçalves da Costa, do Tribunal de Justiça de Goiás, decidiu pela reintegração de posse das escolas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil aos manifestantes que descumprissem a norma. O despacho se referia a recurso do governo estadual, que teve a reintegração negada em primeira instância.
De acordo com a Seduce (Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte), os estudantes saíram das escolas de forma voluntária, e o governo se mantém aberto ao diálogo, mas não voltou atrás no projeto.
No sábado, o vice-governador, José Eliton de Figuerêdo Júnior, determinou que a Seduce e a Segplan (Secretaria de Gestão e Planejamento) façam um levantamento de possíveis prejuízos provocados pelas ocupações.
De acordo com a Seduce, só no IEG, uma das últimas escolas a serem desocupadas, sumiram, entre outros materiais, mais de 50 computadores, três aparelhos de ar condicionado, cinco data shows, cinco notebooks e três impressoras. A pasta ainda denuncia depredação dos colégios. Uma força-tarefa foi criada para restaurar os danos à escola.
Até a publicação desta reportagem, os manifestantes não foram encontrados para comentar as denúncias da Seduce.
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