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Um grupo de manifestantes protesta na manhã desta quinta-feira (15) pelas ruas de São Paulo contra a proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino.

O ato começou por volta das 9h15 no Largo da Batata, na zona oeste da capital paulista. De lá, os estudantes caminham em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que, por volta das 10h, os manifestantes ocupavam todas as faixas da avenida Eusébio Matoso, sentido bairro, na altura da avenida Brigadeiro Faria Lima.

Com faixas e cartazes, os manifestantes temem que a medida da gestão Alckmin provoque fechamento de unidades tradicionais, superlotação das salas de aula e transferência de alunos para colégios mais distantes.

A meta da Secretaria de Estado da Educação é manter, em cada colégio, apenas um ciclo de ensino -anos iniciais (1º ao 5º) do ensino fundamental ou anos finais (6º ao 9º) do fundamental ou ensino médio. Com isso, alunos serão transferidos.

O processo afetará até mil escolas estaduais e entre 1 milhão e 2 milhões de estudantes. A rede soma 5.108 unidades e 3,8 milhões de alunos. A Secretaria da Educação afirma que o aluno que precisar ser transferido irá para um colégio a até 1,5 km do endereço anterior. A pasta diz, ainda, que analisa a situação de 3.600 das 5.108 escolas em todo o Estado. Cerca de mil devem sofrer mudanças.

O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou na terça (13) que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas. Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede -e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial.

“É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes”, disse à Folha, por telefone.

Mais protestos

Na última terça, dois protestos ocorreram na porta da secretaria da Educação, na praça da República, no centro de São Paulo. O primeiro, pela manhã, reuniu representantes de oito escolas. O outro, à tarde, teve cerca de 200 estudantes da escola Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda (Pirituba).

Pais e estudantes da unidade disseram que a direção avisou que ela será fechada. “Qual a logística desse plano de fechamento? Quem levará nossos filhos para as escolas? Não há comunicação, não sei o que vai acontecer”, diz o autônomo Carlos Couto, 36, pai de dois alunos.

Na semana passada, também houve manifestações. Em uma delas, no centro da cidade, duas pessoas foram detidas pela polícia. Alunos e funcionários da escola Padre Saboia de Medeiros, por exemplo, participaram do ato.

“Nossa diretora foi avisada que a escola será fechada”, afirmou um servidor, que não quis se identificar. Segundo a secretaria, no entanto, a escola não está na lista de 3.600 que estão sendo analisadas para a mudança. Outros protestos ocorreram em frente a diretorias regionais de ensino, nas zonas leste e sul.

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