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Clubes foram interditados

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Clube Concórdia e a Sociedade Garibaldi sofreram intervenção militar e os dois prédios foram retirados das mãos dos descendentes de alemães e italianos, por conta da política do presidente Getúlio Vargas contra as tropas do Eixo. Segundo conta o presidente do Clube Concórdia, Cláudio Mäder, o local acabou sendo transformado em Cruz Vermelha, depois foi sede da Liga de Defesa Nacional, e após a guerra foi cedido ao Atlético Paranaense pelo então interventor Manoel Ribas. "Após alguns meses, os sócios se organizaram e pleitearam a posse do clube, pedindo apoio inclusive para o Coxa (Coritiba Futebol Clube)", diz. Já o prédio da Garibaldi foi desapropriado pelo governo em 1943 e devolvido em 1962.

A região próxima ao Centro de Curitiba pode estar sobre pelo menos cinco túneis que teriam sido escavados na época da Segunda Guerra Mundial. A hipótese é de dois aventureiros urbanos: o economista Marcos Juliano, 29 anos, e o jornalista Alexandre Costa Nascimento, 23 anos. Com base na literatura internacional e em relatos de moradores antigos, os dois fazem um mapeamento para provar a existência dessas escavações.

Munidos de radar GPS, lanternas e óculos infravermelhos, os dois devem iniciar a expedição pelo túnel do Clube Concórdia ainda neste mês. Localizado no porão do clube, onde fica a adega, o pequeno túnel de aproximadamente quatro metros de extensão nunca foi totalmente explorado. Segundo o presidente do Concórdia, Cláudio Luiz Mäder, a construção da adega foi na mesma época da criação da instituição, há 121 anos. "Não se sabe ao certo quando foi construído esse túnel, que é interrompido por uma parede", diz. A interrupção do túnel foi colocada na década de 50 e faz parte da fundação de um dos prédios do local.

A hipótese é de que o túnel do Concórdia seria ligado à Sociedade Garibaldi (no Alto São Francisco, a cerca de 200 metros do clube, na região do Largo da Ordem), terminaria na catedral, e ainda teria uma ramificação no bairro Mercês.

De acordo com o ex-presidente das últimas duas gestões da Sociedade Garibaldi, Francisco Marcos Ritzmann, existe um túnel sob o restaurante do clube, que é interrompido após cerca de 10 metros de extensão. "Só não se sabe até onde ele vai", diz. Os exploradores ainda defendem que podem existir túneis da mesma época no Colégio Estadual do Paraná e no Colégio Marista Paranaense.

A existência de túneis em Curitiba tem ligação com as mais variadas lendas relacionadas às ruínas de São Francisco. A historiadora Vera Regina Biscaia Vianna Baptista, organizadora do livro Ruínas de São Francisco: dois séculos de história e mito, afirma que alguns túneis foram fotografados e vistos em Curitiba, como os da propriedade de João Carlos Gutierrez, no Mercês.

O livro relata que Gutierrez, ao comprar o imóvel em 1914, investigou acidentes atípicos no terreno e descobriu quatro túneis que seguiam as direções dos pontos cardeais e foram obstruídos por obras de urbanização. Segundo Vera, são muitas as lendas sobre o assunto. Uma delas é da existência de uma serpente gigante, que vivia adormecida sob a terra, bem no centro da Vila de Curitiba. Outras histórias relacionam as escavações com a existência de piratas. "São muitas lendas, mas não posso comprovar se os túneis existem mesmo", diz a historiadora.

O funcionário aposentado mais antigo do Colégio Estadual do Paraná, Ostap Moisa, também relaciona a possível existência de uma escavação no local às lendas que surgiram ao longo dos 160 anos da instituição. "São histórias que vão se formando, mas não passam disso", diz. Já o diretor do Colégio Marista Paranaense, Elenor Menegati, que está há 24 anos na escola, desconhece a possibilidade da existência de um túnel e acredita que a hipótese não passa de folclore.

Da mesma opinião compartilha o arcebispo emérito de Curitiba, dom Pedro Fedalto, em relação à catedral. "Não posso falar que não existe, mas não tenho conhecimento. São lendas", diz.

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