"O turista estrangeiro que vem ao Nordeste vem atrás de prostituição e de droga. A propaganda que o Brasil faz de mulatas seminuas é um fato que contribui para a violência."
Carlos Alberto da Costa Gomes, coordenador do Observatório de Segurança Pública da Universidade Salvador (Unifacs).
O Mapa da Violência de 2012, elaborado pelo Instituto Sangari, com base nos dados do Datasus, aponta que 12 importantes destinos turísticos estão entre os 100 municípios com maior número de assassinatos no país por 100 mil habitantes. Entre eles está Guaratuba, no litoral paranaense. Também integram a lista locais como Porto Seguro, na Bahia, e Armação dos Búzios, no Rio.
O coordenador do Observatório de Segurança Pública da Universidade Salvador (Unifacs), Carlos Alberto da Costa Gomes, acredita que o turismo pode ser um complicador para a violência. Embora Gomes afirme que os dados do Datasus podem estar desatualizados e que alguns municípios muitas vezes são utilizados como local de desova de corpos o que desvia a atenção para o local onde os crimes ocorrem , o perfil dos visitantes do Nordeste ajudaria a explicar parte dos problemas.
"O turista estrangeiro que vem ao Nordeste, que é de nível braçal em seus países de origem, vem atrás de prostituição e de droga. A propaganda que o Brasil faz de mulatas seminuas é um fato que contribui para a violência", observa o professor.
Estado nega ligação
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cid Vasques, disse que está atualmente fazendo um diagnóstico geral da situação no estado. Até o mês de agosto deste ano, 49 pessoas foram assassinadas no Litoral do estado, número 32% maior do que no mesmo período de 2011. Ele, porém, refuta o turismo como explicação.
"Não está associada [a violência] ao aumento do fluxo de pessoas. Podem ter inúmeras causas, falta de policiamento, deficiência nos serviços dos municípios como educação, inclusão, mas não dá pra dizer que efetivamente a causa é essa" afirmou Vasques.
O secretário anunciou que está reforçando o policiamento com duas novas delegacias de polícia para a região e a compra de 1.220 viaturas.
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