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A curitibana Laryssa Terres, 19 anos, vai prestar hoje o vestibular para Psicologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Poderia estar brilhando nas passarelas de Nova Iorque, Paris, Milão, Tóquio – já morou no Japão e foi modelo internacional da Mega Models. Também poderia estar morta.

Descoberta por um olheiro quando tinha apenas 7 anos, nunca se preocupou com dieta até o dia em que foi participar do teste para uma sessão de fotos da revista Vip. Tinha então 15 anos. "Eu comia normalmente, mas já era bem magra. Mas o cara que estava fazendo a seleção disse ‘Nossa, como você está gorda!’", relembra. "Era ironia, mas como eu não fui selecionada, comecei a achar que estava gorda mesmo."

O passo seguinte foi pesquisar um dos inúmeros sites que fazem a apologia da anorexia na internet. "A ‘ana’ é melhor que a dieta porque o resultado é bem mais rápido", explica. "Você não come, e depois não sente mais vontade. Eu chegava em casa e ia dormir, ou trabalhar, distrair a cabeça, para esquecer da fome."

Laryssa passou a não comer quase nada: "Eu me enganava tomando dois dedos de leite misturados com água num copo". Quando vinha para Curitiba, usava roupas mais largas para ocultar a magreza da mãe, vomitava ou fingia que comia. "Ela fazia as coisas que eu mais gostava – strogonoff, batata frita, churrasco – eu morria de vontade mas dizia que já tinha comido no shopping", lembra.

A rotina continuou até o dia em que ela desmaiou no meio da rua, em São Paulo. Foi internada com 35 kg e vomitava qualquer coisa que colocasse na boca. Precisou literalmente reaprender a comer, e só se recuperou porque passou a ter acompanhamento psicológico diário. "Hoje eu vejo o quanto isso é horroroso, mas antes era a coisa mais linda do mundo." (LP)

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