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Curitiba – É difícil encontrar pilotos com coragem para falar dos problemas da aviação brasileira. A Aviação Civil é totalmente controlada pela Força Aérea Brasileira, ao contrário do que ocorre em outros países, como os Estados Unidos, onde algumas fases do processo – o controle do espaço aéreo, por exemplo – é feito por civis.

Dessa forma, fica difícil debater abertamente os problemas do sistema: os profissionais têm medo de perder o emprego e as companhias de não conseguir novas concessões. "Temos fragilidades graves de equipamentos que precisam ser resolvidas", diz um comandante. "Eu teria muito para falar, mas as autoridades não querem ouvir. Enquanto nada acontece, a gente tem de conviver com isso", continua.

O comandante cita também a falta de preparo e a valorização dos profissionais que monitoram o espaço aéreo no país. Um controlador de vôo, por exemplo, recebe um salário de R$ 1.600 em começo de carreira e não passa de R$ 2.800 depois de 15 anos. Valores incompatíveis para quem tem a responsabilidade de garantir a segurança de vidas no ar e de aviões que custam milhões de dólares.

"Existem ainda problemas de falta de pessoal e de idade. Os mais antigos e experientes procuram empregos melhores. No curso de preparação, que dura dois anos, 75% do conteúdo é de instrução militar, só 25% é técnico", reclama outra fonte, um controlador de vôo que também não quis se identificar.

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