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Ato em apoio ao Hospital Evangélico reuniu cerca de 500 pessoas na tarde de ontem | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Ato em apoio ao Hospital Evangélico reuniu cerca de 500 pessoas na tarde de ontem| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Decisão

Uma decisão judicial determinou que a Polícia Civil entregue, no prazo de 24 horas, cópia de todas as gravações e dos prontuários apreendidos na UTI do Hospital Evangélico aos advogados das pessoas presas por envolvimento no caso. Além de Virginia Souza, foram presos no sábado, em caráter provisório, mais três médicos. Uma enfermeira também teve a prisão decretada e deve se apresentar hoje à polícia. Mas a prisão temporária de Virginia foi convertida em preventiva, e por isso ela vai permanecer detida por tempo indeterminado, até nova decisão judicial.

O Hospital Evangélico, que passa pela pior crise de sua história, de acordo com os próprios dirigentes, se calou ontem sobre as novas denúncias envolvendo profissionais da entidade. Na noite de sexta-fei­­ra, a Justiça decretou a prisão provisória de mais quatro pessoas que trabalharam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral da instituição.

No sábado, a Polícia Ci­­vil afirmou que a médica Vir­­ginia Helena Soares de Souza – detida em caráter provisório desde terça-feira – não é intensivista, especialidade médica necessária para dirigir uma UTI. Na quinta-feira, a Gazeta do Povo já havia publicado a informação de que outro médico era responsável técnico pela unidade.

O advogado dela, Elias Mat­­tar Assad, afirmou que ela tinha o registro e que apenas não tinha feito o protocolo no Conselho Federal de Medicina (CFM). "É apenas burocracia", afirmou. De acordo com Assad, Virginia atua como intensivista há 20 anos, e assumiu o comando da UTI do Evangélico em 2006.

A Gazeta do Povo questionou a direção do Evangélico sobre o fato na quinta-feira, mas o diretor-clínico da instituição, Gilberto Pascolat, negou que a médica chefiasse a UTI – apesar de a informação constar da página da instituição na internet.

Nota

Em nota oficial, a instituição disse que enfrenta uma "situação peculiar que acontece fora do controle da sua administração". E que apenas uma unidade enfrentou um "fato constrangedor e lamentável". Mas o hospital garante que atua para garantir serviços de qualidade e que "todas as ações para esclarecimento do fato" estão sendo tomadas pela instituição.

O secretário Municipal de Saúde, Adriano Massuda, disse que a sindicância que está sendo realizada pelos órgãos de saúde confirmou que Virginia não tem especialização de intensivista. "Isso deve ser apurado mais detalhadamente pelo Conselho Regional de Medicina e pela polícia."

O inquérito da Polícia Ci­­vil que motivou a prisão de Virginia investiga a ocorrência de seis óbitos na UTI geral, segundo o advogado dela. A investigação corre sob segredo de Justiça, e por isso há poucas informações sobre o caso.

DesagravoInstituição ganha abraço simbólico e apoio de autoridades

Cerca de 500 pessoas ligadas ao Hospital Evangélico participaram ontem de um ato de apoio à instituição. Emocionados, deram um abraço simbólico ao prédio e fizeram um minuto de silêncio, pelas denúncias referentes às mortes de pa­­cientes.

A manifestação foi conduzida­­ pelo capelão do Evangélico, Epa­­minondas Carmargo da Sil­­va, que ressaltou que a instituição trabalha para salvar vidas. Ele também classificou as denúncias como "a fase mais difícil da história" do Evangélico.

"Apesar da gravidade das denúncias, a sociedade pode con­­­­fiar na seriedade e no bom atendimento do Hospital Evan­­gélico", disse o secretário­­ muni­­cipal de saúde, Adriano Massuda. "O importante é separar o joio do trigo. Essas denúncias não podem se sobrepor à história do Evangélico", disse o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto.

Outras instituições, como o Ministério Público do Paraná, os conselhos estadual e federal de Medicina também emitiram nota em apoio ao Evangélico.

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