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Os avanços da tecnologia na área da radioterapia têm permitido que pacientes com determinados tipos de câncer sejam submetidos a tratamentos cada vez mais rápidos e com alto índice de cura. São os casos da radioterapia intra-operatória e da radiocirurgia, indicadas para o tratamento de tumores na mama e no sistema nervoso central, respectivamente.

Estas e outras novidades que já podem ser encontradas no Brasil serão debatidas entre amanhã e sexta-feira, em Curitiba, no Oncoville Meeting 2006, evento que reunirá médicos, técnicos em radioterapia e estudantes de Medicina. Destaque para a presença do canadense David Roberge e do brasileiro Fábio Cury, ambos médicos da Universidade McGill, do Canadá. A conferência será dividida em quatro módulos. Amanhã, os conferencistas discutirão os tipos de câncer que acometem o sistema nervoso central (lesões intra-cranianas) e a próstata.

"Até bem pouco tempo a maioria dos tumores se tratava apenas com cirurgia e várias sessões de radioterapia e quimioterapia. Hoje, dependendo do caso, temos outras opções, menos agressivas e com maior índice de curabilidade", afirma o cancerologista e mastologista Sérgio Hatschbach, coordenador do Oncoville Meeting.

É o caso da radiocirurgia, cuja técnica consiste na emissão de uma dose única e concentrada de radiação do tamanho do tumor, eliminando-o sem operação. "O paciente recebe alta em pouco tempo. Mas é bom que se diga que tudo depende da avaliação do médico. Não é qualquer caso que pode ser submetido a esse tratamento", diz Hatschbach.

A radiocirurgia é uma aliada nos casos de tumores no nervo óptico ou no tronco cerebral, onde o risco de seqüelas no pós-operatório é muito grande. "O objetivo hoje é ser cada vez mais agressivo com o tumor e diminuir os efeitos colaterais do tratamento", explica a radioterapeuta Paula Soares, responsável técnica pelo serviço de radioterapia da Clínica Oncoville.

Na sexta-feira, os participantes vão debater os casos de câncer de mama, cabeça e pescoço (laringe) e os novos métodos de tratamento. Outro exemplo é radioterapia intra-operatória, que foi desenvolvida na Itália e já é encontrada no Brasil, inclusive em Curitiba. Paula explica que a paciente é submetida a uma cirurgia para retirada do nódulo e em seguida recebe o que os especialistas chamam de "irradiação parcial da mama", também em dose única. "Até então a paciente passava por um longo tratamento. Primeiro era retirado o tumor. Depois do período de cicatrização, que levava de três a quatro semanas, a paciente começava a fazer um tratamento de seis semanas de radioterapia. Hoje só é preciso fazer uma única vez", diz.

Como no caso da radiocirurgia, Hatschbach alerta outra vez que nem todas as pacientes podem passar por esse tratamento. "Ele é muito eficaz, mas em tumores pequenos, de no máximo dois centímetros." A eficiência é comprovada pelo estudo do Centro Europeu de Oncologia, na Itália: de mil mulheres submetidas à radioterapia intra-operatória, só três voltaram a desenvolver a doença.

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