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O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Allan Turnowski negou que tenha vazado informações sobre a Operação Guilhotina a agentes suspeitos de corrupção e disse que está disposto a prestar novo depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o caso. Em sua primeira entrevista após ter sido afastado do comando da instituição, Turnowski afirmou à rádio BandNews que desconhecia a operação da PF e que, portanto, não poderia ter alertado o inspetor Christiano Gaspar Fernandes, preso no último sábado.

"Eu não sabia da operação, então como vazar o que não sei? De repente, numa virada, você passa de testemunha a principal alvo do vazamento de uma operação que você desconhece. Você não sabe quem está grampeado e sequer se a operação continua", disse o ex-chefe de polícia.

Turnowski alegou que, durante a investigação da PF, em 2010, foi informado por um policial federal que uma escuta telefônica havia registrado a prisão de um criminoso por Christiano. O então chefe da Polícia Civil teria entrado em contato com o inspetor para pedir que o preso fosse levado à delegacia. Turnowski disse que acreditava que o telefone do bandido estava grampeado, e não a linha do policial.

O ex-chefe de polícia afirmou, durante a entrevista, que vai prestar um novo depoimento à PF sobre a suspeita, mas pedirá a presença de um representante do Ministério Público (MP) durante a sessão. "Eu quero e vou depor, mas vou pedir a presença do Ministério Público para que haja transparência nas informações", declarou.

Turnowski foi afastado do cargo ontem, dias depois de protagonizar uma crise dentro da Polícia Civil ao acusar de corrupção o delegado Claudio Ferraz, homem de confiança do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. "Acho que a crise chegou a um patamar que deixou minha permanência inviável para a instituição e para a sociedade. É claro que eu gostaria de ter permanecido, mas numa situação diferente", afirmou. "Agora cabe à Dra. Martha Rocha, que é uma excelente delegada, tocar a Polícia Civil."

A Operação Guilhotina foi deflagrada no Rio para colocar fim à atuação de um grupo criminoso formado por policiais civis e militares, além de informantes envolvidos com o tráfico ilícito de drogas, armas e munições, com a segurança de pontos de jogos clandestinos (máquinas de caça-níqueis e jogo do bicho), venda de informações policiais e com milícias.

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