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O ex-coordenador da Operação Lei Seca no Rio de Janeiro, Alexandre Felipe Mendes, foi indiciado por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), lesão corporal e omissão de socorro, depois de atropelar quatro pessoas e matar uma delas no dia 25 de agosto, em Niterói. O inquérito da 81ª DP (Itaipu) chegou ao promotor Cláudio Calo, do Ministério Público estadual, nesta quarta-feira (28). Calo pedirá à Justiça uma complementação da perícia nos três vítimas que sobreviveram, para saber a gravidade das lesões.

De acordo com o inquérito policial, o dolo eventual ocorreu porque Alexandre estaria dirigindo em ziguezague e em alta velocidade. Na época do atropelamento, Alexandre Felipe era subsecretário estadual de Governo do Leste Metropolitano. Cinco dias depois, o governo do estado publicou a exoneração dele. Eloísa Helena Souza da Silva, coordenadora da fiscalização da Lei Seca que atuava no dia do acidente, também foi exonerada. Ela teria autorizado o uso de umreboque da Lei Seca para retirar o veículo do ex-subsecretário do local.

À época do acidente, o perito forense Talvane de Moraes disse que o fato de o ex-subsecretário estadual só ter se apresentado à polícia no dia seguinte ao acidente para fazer exame clínico e teste de embriaguez prejudicou as investigações. De acordo com ele, o resultado só poderia ser negativo. Segundo Moraes, após oito horas da ingestão de bebida alcoólica, qualquer verificação - clínica ou de sangue - seria inócua. A estimativa é que Alexandre Felipe tenha sido examinado 16 horas após o atropelamento.

O ex-subsecretário havia saído de uma festa, dirigindo seu Mitsubishi, que, primeiramente, atropelou a dona de casa Silvana Braga de Souza, de 30 anos, e seus dois filhos, de dois e cinco anos, na Rua São Sebastião, no Engenho do Mato, Região Oceânica de Niterói. Os três não sofreram ferimentos graves. Porém, mais adiante, ainda na mesma via, o carro, que não parou após o primeiro atropelamento, atingiu o pedreiro Hermínio Cosme Pereira, de 52 anos, que morreu.

Testemunhas afirmaram que Alexandre Felipe estava visivelmente embriagado e só parou após bater em um poste. Ele deixou o local sem prestar socorro às vítimas e antes da chegada de PMs. No dia seguinte, ele chegou a a admitir ter bebido meia taça de vinho na noite do acidente e que não havia parado porque estava em choque.

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