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O policial aposentado e advogado Mizael Bispo, principal suspeito pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, compareceu na tarde desta quinta-feira (15) ao Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, para confirmar que seus endereços não mudaram e que está "à disposição da Justiça".

Por volta das 18h, ele chegou ao local acompanhado do advogado Ivon Ribeiro. "Venho apenas cumprir um ato processual", disse, rapidamente, na entrada do fórum.

Ribeiro disse que o cliente irá comparecer ao depoimento marcado para terça-feira (20) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Nesta tarde, ele voltou a seu escritório de advocacia no bairro Vila Nova Bonsucesso, também em Guarulhos.

Aparentando tranquilidade, Mizael reafirmou ser inocente e questionou o trabalho da polícia. "A polícia ouviu 40 pessoas, e a cada uma delas ficava mais distante de mim. Sempre estive tranquilo, o que a gente não tolera é abordagem truculenta da polícia. A polícia tomou rumo de calúnia e não de investigação. Ela tem que ser imparcial, e não parcial", disse ele.

Sobre o fato de o promotor ter demonstrado preocupação com a possibilidade de ele fugir após a revogação da prisão, rebateu. "Vou estar à disposição do juiz quando precisar. Jamais vou fugir. Vou encarar a Justiça. Não devo para ninguém."

Mizael afirmou estar tão interessado quanto todos na localização dos responsáveis pela morte de Mércia. "Meu coração está morto por esse lado, muito abatido", afirmou.

Histórico

A polícia desistiu de apresentar à Justiça o inquérito fechado sobre o assassinato de Mércia Nakashima. Ele é considerado pelos investigadores o principal suspeito do assassinato e foi indiciado por homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar, e ocultação de cadáver.

O delegado Antônio de Olim havia dito que iria entregar nesta quinta o inquérito no Fórum de Guarulhos. Agora, ele intimou Souza para depor novamente. Só após a oitiva a polícia irá concluir o inquérito e entregá-lo para a Justiça. O delegado também desistiu de fazer um pedido de prisão preventiva contra o suspeito.

A Justiça suspendeu na quarta-feira a prisão temporária de Mizael. O juiz Jayme Garcia dos Santos Júnior decidiu que não há provas suficientes para a prisão do suspeito, já que o inquérito policial não foi encerrado e não existe denúncia na Justiça contra o investigado. O juiz afirmou que nada de concreto existe indicando que a liberdade de Mizael coloca em risco a investigação.

Na decisão, o juiz não julgou se o ex-namorado é culpado, ou não, do crime. Quando examina o pedido de prisão, a Justiça vê os motivos para o cidadão ficar preso: se é um perigo para a sociedade ou se atrapalha a investigação, por exemplo. Agora, a polícia manda o inquérito para a Justiça, um promotor examina e decide se faz a denúncia. Um caso assim de assassinato pode terminar no Tribunal do Júri.

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