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O ex-diretor de uma penitenciária de Natal (RN) disse que utilizou o cartão de crédito de um detento para comprar um equipamento para o presídio por ter esquecido sua carteira.

O caso é alvo de denúncia do Ministério Público Estadual à Justiça. A suspeita de corrupção envolve ainda outro ex-diretor.A dupla é suspeita também, segundo a denúncia, de cobrar propina de presos em troca de regalias.

Segundo os promotores, o então diretor Alexandre Medeiros comprou uma bomba d'água por R$ 815,80, parcelados em dez vezes em um cartão emprestado pelo preso Walker Araújo. A cópia da fatura foi anexada ao processo.

Para o Ministério Público, a compra da bomba d'água pode ser uma troca feita pelo ex-diretor por "saídas desautorizadas em benefício dos custodiados".

O advogado de Medeiros, Paulo César Costa, disse à reportagem que o ex-diretor aceitou utilizar o cartão de crédito do detento por ter esquecido sua carteira quando saiu para comprar a bomba d'água.A falta do equipamento, inclusive, já foi motivo de vários pedidos do então diretor ao governo do Estado, disse Costa.

O detento acompanhou Medeiros na compra porque, segundo o advogado, trabalhava na unidade devido ao seu bom comportamento e ajudaria no transporte da bomba.

"Após [Medeiros] se dar conta que estava sem a carteira, o preso disse [ao então diretor] que tinha um familiar morando próximo ao local [da compra da bomba] e que poderia emprestar [o cartão]. Temos provas do ressarcimento", disse.

Outras acusações

Medeiros está sendo acusado ainda de cobrar R$ 50 mil para permitir que outro detento, José Welton de Assis, passasse para o regime de prisão domiciliar. Como Assis não aceitou a proposta, de acordo com a denúncia, o detento diz ter sofrido represálias da direção.

O outro ex-diretor denunciado é Adalberto Luiz Avelino. Segundo a Promotoria, ele recebeu R$ 15 mil de Assis para transferir o detento para Sergipe, Estado onde nasceu.

Os dois ex-diretores foram afastados de suas funções pela Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania do RN) e voltaram a atuar como agentes penitenciários. A Promotoria pede o afastamento dos dois de suas funções atuais e a condenação por corrupção passiva.

O advogado negou que seu cliente tenha cobrado a propina de R$ 50 mil. "Ele [o detento] solicitou a indicação de um advogado para conseguir a transferência para prisão domiciliar. Por algum motivo não fechou contrato com o profissional sugerido pelo ex-diretor e agora lhe acusa de ter cobrado esse valor."

A reportagem tentou, mas não conseguiu falar com a defesa de Adalberto Luiz Avelino.

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