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Polícia Civil apreendeu quatro carros e duas motos na casa que seria o “quartel-general” do grupo | Felippe Anibal/Gazeta do Povo
Polícia Civil apreendeu quatro carros e duas motos na casa que seria o “quartel-general” do grupo| Foto: Felippe Anibal/Gazeta do Povo

Operação padrão

Delegado acusa policiais de prevaricação

O delegado Luiz Carlos de Oliveira esquentou a polêmica sobre a operação padrão dos policiais civis na mansão no Parolin onde funcionava um cassino clandestino. Para ele, os agentes prevaricaram, porque teriam conhecimento prévio das contravenções, mas não agiram antes. "Se eles sabiam [das ilegalidades], porque não prenderam os responsáveis antes e só agiram agora? Eles prevaricam, então", disse o responsável pela Divisão Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil. Ele disse que os policiais envolvidos na operação devem ser investigados "com rigor" pela Polícia Civil.

Ontem, a Gazeta do Povo revelou uma denúncia de novembro do ano passado ao Narcodenúcnia, detalhando os crimes que estariam sendo cometidos na mansão. A Polícia Militar emitiu nota informando que administra o sistema, mas que todas as informações repassadas por meio de denúncias anônimas ficam disponíveis também à Polícia Civil, Polícia Federal, Departamento de Inteligência do Estado e Secretaria de Justiça e Cidadania. Segundo a PM, todos esses órgãos podem usar as informações centralizadas no Narcodenúncia.

O Departamento da Polícia Civil informou que operações policiais foram realizadas após o recebimento da denúncia. Os detalhes seriam apresentados em uma nota, que deve ser apresentada hoje pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Uma quadrilha de assaltantes de carros de luxo, apontada como a maior em ação no Paraná, foi desarticulada ontem no bairro Mossunguê, em Curitiba. Houve tiroteio. Um ex-policial militar morreu e outro foi preso. Eles seriam os "cabeças" da facção. Quatro automóveis e duas motos foram recuperadas. Há indícios de que o bando tivesse ramificações no roubo de residências, além do tráfico de drogas. "A prisão deste grupo era a nossa principal meta", disse o delegado Marco Antonio de Góes Alves, chefe da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.

A quadrilha – conhecida como Gangue dos Carecas – era formada por ex-policiais militares expulsos da corporação. O grupo agia principalmente em cinco bairros nobres da capital: Mos­sunguê, Campo Comprido, Santa Felicidade, São Braz e Seminário. Os roubos eram cometidos de dia e ocorriam em ações rápidas: um ou dois bandidos abordavam as vítimas já com arma em punho. Às vezes usavam máscaras balaclavas. A delegacia estima que a quadrilha tenha roubado mais de 100 carros só em 2011.

Os dois últimos assaltos atribuídos ao bando ocorreram ontem de manhã. Em um deles, uma mulher foi rendida quando saía de casa, no Mossunguê. "Um deles [assaltantes] abriu a porta e encostou a arma na minha cabeça. Disse que poderia pegar meus documentos, que ele só queria o carro", contou a vítima, Gisele Assunção.

Entre os alvos da quadrilha estavam automóveis importados. Os veículos eram levados para Santa Catarina, onde havia outra ponta da quadrilha. Na operação, foram apreendidos um Jetta, um Renault Megane e dois Nissan Sentra, todos roubados. Também foram recolhidas duas motos CBR, sem alertas de furto ou de roubo.

Tiroteio

A delegacia monitorava a quadrilha havia nove meses e esteve perto de prendê-la em três oportunidades. Ontem, conseguiu interceptá-los. Os suspeitos estavam em um Nissan Sentra, na Rua Paulo Gorski, atrás de um supermercado. Uma viatura descaracterizada da Polícia Civil fechou o carro deles, que tentaram escapar dando marcha à ré, mas bateram em outra viatura que dava cobertura.

Segundo o delegado Anderson Franco, adjunto da delegacia, um dos suspeitos disparou contra os policiais, mas foi atingido por vários tiros e morreu dentro do carro. Era o ex-soldado da PM Moacir Possamain Girardi, de 30 anos, que tinha dois mandados de prisão por roubo.

O também ex-policial militar Marco Antonio Maulone, 39 anos, portava uma submetralhadora calibre.40, mas não conseguiu abrir fogo e se entregou. Maulone tem quatro mandados de prisão por roubo, formação de quadrilha e associação para o tráfico. A submetralhadora e duas pistolas calibre 9 milímetros foram apreendidas. Na casa de Girardi foram encontradas as motos e os carros.

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