O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, desencadeou na manhã desta quarta-feira (2) a Operação Passe Livre, que desarticulou um esquema de comercialização de peças de automóveis que eram retiradas de veículos apreendidos pela polícia e que se encontravam no pátio da 15ª SDP (Subdivisão Policial), em Cascavel, no Oeste do Paraná. A ação contou com apoio de policiais militares de da cidade e de Marechal Cândido Rondon.

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Segundo o Gaeco, o esquema era comandado por um ex-policial civil, expulso da corporação e que estava preso por tráfico de drogas. Ele tinha autorização judicial para realizar serviços gerais durante o dia na parte externa do presídio. A cela onde ele passava à noite não era com os demais presos e fica nos fundos da delegacia. Ele tinha a companhia de presos que não representam perigo à sociedade, que estão detidos por não pagamento de pensão alimentícia.

O delegado do Gaeco Thiago Nóbrega de Almeida confirmou que o ex-policial tinha autorização da Justiça para permanecer fora da cela durante o dia e realizar serviços na parte externa da SDP. "Ele acabou abusando dessa confiança dada pelo judiciário", afirmou.

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Uma mulher, que seria namorada do ex-policial, foi presa na operação. Imagens gravadas durante a investigação mostram ela entrando no pátio da delegacia onde ficam os carros apreendidos enquanto ele fechava o portão. Ela é suspeita de fazer a negociação das peças com donos de oficinas mecânicas. Quatro donos de estabelecimentos deste tipo foram presos durante a operação, que também cumpriu um mandado de busca e apreensão em Foz do Iguaçu.

Segundo o Gaeco, não há participação de servidores públicos no esquema de furto de peças. A polícia não soube informar quem são os advogados dos suspeitos. Durante a operação foram apreendidas peças de carros e até um utilitário, que foi montado praticamente em toda sua estrutura com peças furtadas.