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Quinhentos reais por dia. Esse seria o faturamento aproximado que o ex-policial militar Ademar Gonçalves de Paula, 35 anos, tinha com o tráfico de cocaína na região central de Curitiba. O esquema que ele é acusado de controlar foi desmantelado na manhã de ontem, quando ele foi detido por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Araucária, região metropolitana da capital. "Ele é um dos grandes (traficantes), mas não o principal. Sempre tem um peixe maior", afirma o delegado do Cope, Renato Bastos Figueiroa.

Na residência do ex-PM foram apreendidos 460 gramas de cocaína, uma balança utilizada na pesagem do entorpecente e R$ 580 em dinheiro. Segundo estimativa da polícia, a droga apreendida renderia R$ 4,6 mil a De Paula. "Se eu fosse um traficante ganancioso, faria R$ 5 mil por dia. Tem cliente para isso", conta o acusado. Ele calcula que fornecia cocaína para aproximadamente 150 compradores, mas não revelou mais detalhes. "Se eu falar, estarei colocando em risco a minha família", afirma. Para o delegado Figueiroa, a droga era vendida para pessoas da classe média-alta de Curitiba. "A clientela da cocaína é constituída por pessoas de um maior poder aquisitivo porque a droga é mais cara", explica.

De Paula vinha sendo investigado pelo Cope há um mês, desde a prisão de um outro traficante no bairro Pinheirinho. O ex-PM repassaria a droga para pequenos traficantes e usuários. O esquema funcionava como um "disque-cocaína", em que os interessados entravam em contato e De Paula se dirigia até o local para fazer a entrega da "mercadoria". "Eu só trabalhava com cocaína. Maconha não compensa e não vendia crack porque não queria matar ninguém", relata. "Eu fazia isso única e exclusivamente para sustentar meus filhos", defende-se.

Segundo a polícia, o ex-PM estava no ramo há pelo menos cinco anos. O Cope continua as investigações para determinar a origem dos entorpecentes. "Estamos investigando outras pessoas que teriam ligação com o traficante e ainda queremos descobrir de onde vinha a droga que ele vendia", afirma Figueiroa. De Paula conta que tem dois filhos e abandonou a carreira de policial militar em 1994 para trabalhar como taxista junto com o pai. Ele responderá processo por tráfico de drogas e permanecerá preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT).

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