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Caminhar e fazer exercícios para fortalecer a musculatura da panturrilha não é apenas uma questão de estética. Nem todo mundo sabe, mas essa parte do corpo tem uma função fundamental na circulação sanguínea. Chamada de "coração periférico", a panturrilha é responsável por bombear o fluxo de sangue para cima. Se não for exercitada, a musculatura fica flácida e há um comprometimento na contração das veias que controlam o fluxo sanguíneo. Como consequência, podem ocorrer problemas mais sérios como varizes, trombose, insuficiência crônica das veias, úlceras nas pernas, arteriosclerose (espessamento e endurecimento da artéria) e entupimento dos vasos .

De acordo com estimativas da Royal Society of Medicine, até 2030 os problemas dos vasos sangüíneos devem afetar cerca de 12 milhões de pessoas com idade superior a 65 anos em todo o mundo. Segundo o médico Jorge Timi, responsável pelo serviço de cirurgia vascular do Hospital das Clínicas da UFPR, uma maneira simples e eficaz de evitar esses problemas é a prática de exercícios físicos, principalmente a caminhada. "Ao caminhar nós exercitamos a musculatura e colocamos em funcionamento a bomba plantar e os músculos da panturrilha", afirma. Quando a caminhada é feita nas subidas, a estimulação é ainda mais intensa. O esforço provoca contrações mais vigorosas na panturrilha, aumentando a quantidade de sangue bombeado pelo coração aos outros órgãos.

De acordo com o presidente da regional parananese da Sociedade Brasileira de Angiologia, o médico José Fernando Macedo, a principal complicação decorrente da perda da elasticidade das veias são as varizes. "As veias ficam dilatadas e tortuosas, as válvulas venosas não se fecham mais de forma adequada e, com isso, o sangue se acumula dentro das veias", explica. Embora qualquer pessoa esteja sujeita a desenvolver varizes, as mulheres são as mais afetadas. A incidência no sexo feminino chega a ser quatro vezes maior. Segundo Macedo, a gravidez também aumenta a ocorrência do problema, uma vez que o útero, quando cresce, comprime algumas veias dificultando a passagem do sangue. Em média de 10% das mulheres desenvolvem varizes na primeira gestação; a partir da segunda, esse índice sobe para 20% e assim sucessivamente.

A dona de casa Maria Regina Puquevicz, de 50 anos, teve de se submeter ao tratamento cirúrgico para se ver livre das dores causadas pelas varizes. "Era um incômodo bastante grande. A dor e aquela sensação das pernas pesadas pioravam quando eu ficava muito tempo parada e em pé", conta.

Os médicos alertam que, além do sedentarismo, o tabagismo e o excesso de peso também influenciam na ocorrência de problemas de circulação.

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