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A maior aldeia indígena do estado, a Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, Centro-Oeste do Paraná, enfrenta uma velha ameaça: a exploração sexual de crianças e adolescentes. O perigo vem da movimentada BR-277, que cruza a área indígena. Nesse perímetro é comum a circulação de índios, principalmente os que têm menos de 18 anos, vendendo artesanato. Os motoristas que trafegam pela rodovia seriam os principais responsáveis pela prática de prostituição, seduzindo as menores ao longo da rodovia.

O presidente do Conselho Indígena da Regional de Guarapuava e cacique de Rio das Cobras, Sílvio Fernandes, em entrevista à Gazeta do Povo, reconhece que o problema existe e, segundo ele, a preocupação é que a exploração sexual envolva cada vez mais os adolescentes, colocando em risco a saúde da população local. O maior medo das lideranças é a contaminação por DSTs/Aids.

Até agora, não houve registro da doença na aldeia, mas o risco existe. O pedagogo e chefe do posto da Funai em Nova Laranjeiras, Florêncio Rekayg Fernandes, diz que a questão sexual é um tema muito difícil de ser tratado com os índios porque há costumes diferentes da civilização branca. Ele admite que a população jovem é um alvo fácil dos motoristas que trafegam pelas rodovias que cruzam a aldeia – além da BR-277 há a PRT-146, que liga a 277 até a região de Quedas do Iguaçu. "As meninas são atraídas por causa da situação econômica que vivem ou pela vontade de conhecer lugares diferentes. Acabam sendo seduzidas pelos homens brancos em troca da viagem ou alguns reais", conta Rekayg Fernandes.

Na aldeia Rio das Cobras vivem 560 famílias, ou seja, aproximadamente três mil pessoas, entre caingangues, guaranis e xetás. Os primeiros são a maioria da população local. Os xetás são a minoria, apenas dois índios puros. A preservação de etnias puras é uma das características do maior núcleo indígena do Paraná, mas a influência da civilização branca é uma ameaça à cultura desses povos, os primeiros habitantes da região. A aldeia vive uma fase de reestruturação, depois de longos anos sem a assistência governamental.

Confira a matéria na íntegra pelo site da Gazeta do Povo.

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