Um levantamento da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), entidade que representa proprietários de terras, aponta um crescimento de 36,1% no número de invasões no estado em 2006. Segundo o órgão, foram 49 ocupações no ano passado, contra 36 em 2005. Os dados contrariam um relatório da Ouvidoria Agrária Nacional (OAN), onde foram registradas sete invasões até novembro, contra 15 em 2005. Ambos os documentos mostram que não houve mortes nos últimos dois anos.
Segundo a Faep, o relatório da OAN, feito com base em pesquisas junto ao Incra e movimentos sem-terra, não reflete a realidade. "Ou esse relatório foi induzido erro pelas péssimas informações das superintendências no Paraná ou por má fé", diz o consultor de Assuntos Fundiários da Faep, José Guilherme Cavagnari. Para ele, o crescimento se deve à falta de punição. "Ninguém é responsabilizado pelo esbulho ou indiciado por roubo."
Para a socióloga e professora da Pontfícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Samir Kauchakje, o número de invasões deve crescer ou manter-se estável neste ano. "É dessa forma que é feita a reforma agrária no país, já que não há uma política. Ainda reina a idéia de oligarquia fundiária."
O superintendente regional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, reafirmou a redução. "A ouvidoria consulta e repassa os dados. Não sei dizer se são corretos ou não, mas houve uma redução significativa", afirma. "Não há mais conflitos sangrentos, tanto é que não foram registradas mortes desde 2005."
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