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Além das descargas atmosféricas, o setor elétrico brasileiro considera a redução da efetividade dos isoladores elétricos (componentes das linhas de transmissão) submetidos a chuvas rigorosas como possível causa do apagão de 10 de novembro. A indicação está presente no Relatório de Análise de Perturbação (RAP), elaborado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou ontem, durante audiência pública na Câmara, que duas medidas estão sendo providenciadas: a troca emergencial de isoladores trincados e a instalação de protetores em cada isolador, chamados de "chapéu de chinês". É considerado também o uso de graxas de silicone.

Furnas já adquiriu 103 novos isoladores para fazer a troca dos que apresentam trincas. Apesar do investimento, o relatório do ONS afirma que o desempenho dos equipamentos não foi afetado por causa das rachaduras. O operador argumenta que no futuro elas podem induzir a deterioração dos isoladores.

Outra consideração feita pelo ONS é que no dia do apagão choveu 24 milímetros por hora (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado). Segundo o operador, chuvas superiores a 3 milímetros por hora podem provocar a perda de 30% da capacidade elétrica dos isoladores usados no Brasil, que atendem às normas técnicas do país.

Chipp afirmou que o volume de chuva do dia 10 de novembro é incomum e que é inviável preparar o sistema para esse tipo de incidente. "Nenhum país, nem os mais ricos, dimensionam seu sistema para esse tipo de contingência", afirmou.

Acidente

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, esteve na audiência e procurou atenuar a gravidade do "acidente" dizendo que não foram 18 os estados afetados integralmente na noite do apagão.

Segundo o ministro, a Região Sul registrou apenas 1% de interrupção de fornecimento durante nove minutos. No Norte, houve 5% de interrupção por 30 minutos. No Nordeste, foram 9% durante 20 minutos. O Sudeste foi a área mais afetada, com 65% de interrupção por quase quatro horas. O Centro-Oeste teve 23% durante 1 hora e 12 minutos. De acordo com o relatório do ONS, a carga interrompida no apagão deste ano foi de 40%. No apagão de 1999, houve 70% de carga interrompida, e em 2002, 55%.

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