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A polícia do Rio prendeu na ma­­nhã de ontem a médica suspeita de ter contratado um falso pediatra. Ele atendeu e liberou uma me­­nina de 5 anos que sofria de convulsões e que pode ter sido ví­­tima de maus-tratos. Joanna Car­­doso Marcenal Marins morreu na sexta-feira passada, depois de ter ficado internada em coma por 26 dias em uma outra clínica da cidade.

Sarita Fernandes Pereira é coordenadora de Pediatria do Hospital RioMar, na Zona Oeste da cidade, onde a menina foi atendida pelo estudante do 5.º período de Medicina Alex Sandro da Cunha Silva, de 33 anos. A polícia ainda procura o falso médico, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça e é considerado foragido.

A polícia informou que o estudante atuava com documentos falsos. Tanto Sarita como Alex foram indiciados por tráfico de drogas , falsidade ideológica, falsidade material e exercício irregular de medicina. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.

"Segundo o depoimento do falso médico, Sarita é a grande responsável por tudo: ela o contratou, entregou o carimbo com o registro falsificado e era a coordenadora de todo o esquema", afirmou o delegado Luis Henrique Marques Pereira. A médica nega as acusações. "Eu acredito na Justiça, na minha advogada e eu sei que isso tudo vai acabar bem", disse.

Joanna havia sido internada no RioMar sofrendo convulsões, com hematomas nas pernas e marcas de queimaduras nas nádegas e no tórax. Segundo a polícia, o estudante teria receitado um medicamento e liberado a criança, apesar de ela ainda estar desacordada.

A Delegacia da Criança e do Adolescente investiga tanto a atuação do falso médico quanto a suspeita de maus-tratos contra a criança. A menina era alvo de uma disputa na Justiça por sua guarda. Ela estava sob a guarda do pai, o técnico judiciário André Ro­­drigues Marins desde o dia 26 de maio.

De acordo com a polícia, relatórios preliminares do Instituto Médico Legal apontam que as queimaduras teriam acontecido quando Joanna estava sob a responsabilidade de André, mas apenas uma perícia detalhada poderá comprovar a causa e o momento exato dos ferimentos. Segundo o pai, a menina tinha problemas neurológicos e, por isso, sofria as convulsões.

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