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Falsos mendigos deram a liberdade para 32 mulheres que estavam presas no 9.º Distrito Policial (DP), no bairro Santa Quitéria, em Curitiba. A ação dos bandidos ocorreu no último domingo, quando apenas dois policiais estavam de plantão na delegacia, que tem uma carceragem exclusivamente feminina. Até o início da noite de ontem, três das fugitivas tinham sido recapturadas e uma quarta preferiu retornar por conta própria ao DP.

Segundo o delegado Rogério Antônio Haisi, titular da delegacia, o arrebatamento das presas ocorreu por volta das 20 horas. Cinco rapazes chegaram vestidos de mendigos e pediram comida aos dois plantonistas. Assim que os policiais abriram o portão de visitas, foram rendidos com pistolas e algemados. "Eles já chegaram com as algemas", conta Haisi. Enquanto os investigadores ficaram trancados em uma sala, o quinteto destrancou os cadeados de todas as celas da carceragem.

Naquele momento, 94 mulheres encontravam-se presas ali, em um espaço destinado a cerca de 35 pessoas. Todas foram "convidadas" a fugir, mas só 32 delas aceitaram a proposta. "O grupo que fugiu tem 30% de traficantes, 30% de presas por roubo e 30% por furto", relata o delegado. Entre as fugitivas, todas estavam detidas há menos de um ano. Foram recapturadas Alice Vieira dos Santos, Sirlene Aparecida da Silva e Noemi Guedes Mariano. Já Miriam Silva de Souza voltou à carceragem espontaneamente.

Depois de analisar o histórico de todas as fugitivas, os investigadores chegaram a uma listagem de prováveis traficantes que seriam o alvo principal da quadrilha. "Fizemos uma peneira e chegamos a alguns nomes", afirma Haisi. Os policiais pediram que os nomes não fossem divulgados para não atrapalhar nas buscas. De acordo com investigadores, a maioria das mulheres tem residência nas favelas do Parolin e Vila das Torres, na capital.

Esta foi a segunda fuga coletiva da delegacia neste ano. Em 20 de março, três pessoas armadas usaram uma tática parecida para libertar 25 mulheres. Um grupo liderado pela delegacia e com participação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Comando e Operações Especiais (COE) e policiais militares continua a procura pelas fugitivas.

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