Falta de aparelho atrasa transplantes

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Está quebrado, há mais de três meses, o único topógrafo – aparelho para a realização de exames da superfície da córnea – que atente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Londrina. Esse exame, embora não seja imprescindível para todos os pacientes que têm indicação do transplante, é indispensável em certos quadros. O equipamento pertence ao Hospital de Olhos de Londrina (Hoftalon) e foi mandado para manutenção em São Paulo. Segundo a chefe da enfermagem, Cláudia Kawasaki, o topógrafo tem 15 anos de uso e é difícil encontrar a peça que precisa ser substituída.

Além de pacientes de Londrina, o aparelho é utilizado para realizar exames em pessoas que moram na área da 17.ª Regional de Saúde (20 municípios). De acordo com Marisa do Nascimento, assistente social do Hoftalon, a falta do topógrafo pode não ser um empecilho para o transplante de córnea. "A partir do exame clínico, o médico pode decidir pelo transplante. A topografia é complementar", disse. Para alguns pacientes, no entanto, o transplante não pode ser realizado. É o caso do empresário André Luiz Matheus. Ele sofre de cerotocone, uma deformação da córnea, e perdeu quase completamente a visão do olho esquerdo. "Eu tinha o exame marcado para o começo de julho, aí me informaram que a máquina estava quebrada. Vou buscar uma clínica particular, deve custar uns R$ 200, mas, infelizmente, nem todo mundo têm condições", observou. O Hoftalon não tem estimativa de quantos pacientes dependem da topografia para realizar o transplante.

Mais doações

Em Maringá, o número de doações de órgãos aumentou neste ano em relação ao ano passado. Em 2006, foram feitas quatro doações múltiplas de órgãos; neste ano, até agora, já são sete. Na segunda-feira, duas famílias autorizaram as retiradas dos órgãos de familiares que morreram em hospitais de Maringá. "Isso é fruto de nossas campanhas e da divulgação na mídia das doações anteriores", explicou a coordenadora regional da Central de Notificações e Capacitações de Órgãos, Márcia de Fátima Serra. Segundo ela, foi a primeira vez em dez anos que a Central recebeu duas doações em um mesmo dia.