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Portadores do vírus da aids e representantes de ONGs realizaram, ontem, protesto contra a falta de remédios para tratamento da doença na rede pública em sete estados brasileiros. Um dos medicamentos usados para controle da enfermidade, o Abacavir, está em falta. Para suprir essa lacuna, o Ministério da Saúde lançou, no fim de 2009, norma técnica avisando quais tratamentos poderiam substituir o Abacavir, levando em conta as especificidades de cada paciente. As manifestações ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Maranhão, Pernambuco, Ceará e Paraíba.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o medicamento, cuja responsabilidade de compra é do governo federal, está em falta no Paraná. No entanto, não houve reclamações ontem, apesar dos 9 mil enfermos que se tratam com retrovirais no estado. "Estamos apoiando as manifestações, mas não houve mobilização local", explica Silmara da Conceição Ribas, Secretária da Rede Nacio­nal de Pessoas Vivendo com HIV/Aids em Curitiba. Outros medicamentos, como a nevirapina, têm fornecimento regular, enquanto a Sesa admite um baixo estoque de lamivudina. Silmara também diz desconhecer a falta desses remédios até o momento.

Em decisão conjunta com seus médicos, muitos pacientes não concordam em substituir um tratamento que está dando certo por outro com resultados desconhecidos. Médica infectologista da coordenação de Doenças Sexualmente Trans­missíveis/Aids de Curitiba, Maria Esther Graf afirma que, apesar de situação lamentável, a troca de medicamento não causa prejuízo ao tratamento. "O ideal seria não faltar o remédio, mas os pacientes que tenho acompanhado tiveram boa resposta com a troca de remédios", diz.

A coordenadora do Departa­men­to de DST-Aids e Hepatites Virais, Mariangela Simão, explicou que o Abacavir – cuja falta já era prevista por problemas na apresentação de documentos da empresa ganhadora da licitação – chegou ao país e deverá estar disponível nos estados na próxima semana. "Até vulcão colaborou para atraso. Mas agora tudo está resolvido", disse o ministro José Gomes Temporão.

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