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Na cidade de Oeiras do Pará (PA), que fica a dez horas de barco de Belém, faltam hospitais e postos de saúde para combater um surto de malária.

A coleta de sangue é feita em uma garagem. No único posto de saúde da cidade há apenas cinco leitos. Homens, mulheres e crianças sofrem à espera de atendimento.

O marido e os filhos da dona de casa Jucelina Lopes estão doentes. "Eles estão sentindo frio, febre e dor na cabeça", diz.

Desde janeiro, já são 3.281 casos confirmados de malária no município. No mesmo período do ano passado, foram registrados apenas nove casos.

A malária é uma doença causada por parasitas que são transmitidos de uma pessoa para outra pela picada de um mosquito.

As famílias mais atingidas pela malária vivem em regiões afastadas, com casas construídas sobre áreas alagadas.

Segundo especialistas, o surto de malária em Oeiras do Pará é reflexo de duas situações que dificultam o controle da doença na Região Amazônica: o desmatamento, que faz o mosquito se aproximar ainda mais do homem, e a migração constante dos trabalhadores do campo em busca do sustento.

"Quando essas pessoas chegam de outras áreas, já trazem consigo o parasita, pois estiveram em lugares onde a malária é mais endêmica. O ciclo é fechado com a transmissão para família toda ou o grupo que esteja ali", afirma Marinete Povoa, coordenadora do Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Evandro Chagas.

O prefeito Edivaldo Nabiça Leão diz que não tem condições de controlar a doença. Faltam remédios e ambulatórios. "Não temos estrutura. Na verdade, nós estamos pedindo socorro", disse.

O Ministério Da Saúde enviou, nesta semana, medicamentos para combater a malária em Oeiras Do Pará. A Secretaria Da Saúde do estado informou que o hospital da cidade vai ser inaugurado no fim do mês.

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