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Foz do Iguaçu – O início do ano letivo nas universidades estaduais do Paraná foi marcado ontem pela falta de professores em algumas salas. A realização de concursos públicos e testes seletivos para professores temporários sem antecedência ou na mesma semana de retorno às aulas acabou prejudicando os alunos. Para contornar o problema, algumas universidades aumentaram a carga horária de professores concursados enquanto aguardam a efetivação de novos docentes já contratados ou em fase de testes.

Na Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), há falta de professores em todos os cinco câmpus. Foram abertas 58 vagas em concurso público, que será realizado entre amanhã e sexta-feira, e 128 vagas para o teste seletivo, cujas provas estão marcadas para os dias 14 e 15 de março. A previsão é que os aprovados no teste estejam em sala de aula no fim de março e os concursados mais tarde.

Segundo o pró-reitor de graduação da Unioeste, Marco Antônio Costa, a contratação via concurso é demorada porque é necessário montar um processo e aguardar autorização. O pedido para fazer o concurso foi feito em outubro. Segundo ele, o problema será resolvido com a contratação dos temporários. "Eles vão preencher, provisoriamente, as vagas dos titulares até a convocação dos concursados", diz.

Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), 118 professores, entre concursados e temporários, foram convocados para o início das aulas. Atualmente, os concursados estão fazendo exame pré-admissional. Para não deixar alunos sem aula, a universidade aumentou a carga horária dos atuais docentes. Segundo o reitor da UEL, Wilmar Marçal, a falta de professores também está relacionada ao salário, fator que vem levando profissionais a deixarem a universidade pública para ministrar aulas em faculdades particulares. "O salário está muito defasado. Só no Departamento de Engenharia Elétrica perdemos sete professores doutores nos últimos três anos", diz. Um professor auxiliar, que tem apenas graduação, recebe R$ 960 na UEL.

Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), os 48 aprovados em um concurso público realizado em dezembro devem ser oficialmente contratados somente na próxima segunda-feira. Outros 38 docentes estão sendo selecionados por teste. Mas o número não é suficiente. Só num dos cursos, que ainda não teve direito de requisitar novos professores, três disciplinas estão vagas.

As aulas recomeçaram ontem e podem ser interrompidas já amanhã. Os professores organizam um protesto, que será realizado na Assembléia Legislativa, para pedir aos deputados que rejeitem o veto do governador Roberto Requião ao reajuste salarial. A estimativa é de que cada instituição levará um ônibus lotado para a capital. Os docentes que ficarem nas universidades estão sendo convidados a interromper o trabalho entre às 14 e 16 horas.

A Secretaria de Estado, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) informou, por meio da assessoria de imprensa, que o problema relacionado à contratação de professores diz respeito às universidades porque elas têm autonomia para realizar os concursos.

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