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Alunos da UEPG na aula de Botânica: universidade deve ganhar 134 novos professores | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Alunos da UEPG na aula de Botânica: universidade deve ganhar 134 novos professores| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Nomeação

Decreto já autorizou contratações

Em abril deste ano, dentro da per­­missão do período eleitoral, o governo estadual autorizou a contratação de 598 professores nas universidades e faculdades estaduais. Ela foi autorizada em duas etapas: 320 docentes em 2010 e 278 no próximo ano. Mas, como o decreto foi feito com base na Lei Estadual nº 14.269, de 2003, que ainda não tinha previsto a ampliação de cargos, as instituições re­­sol­­veram esperar a conclusão do concurso feito ano passado e que ainda está em aberto, aguardando nomeações.

Do total de vagas autorizadas pelo decreto, a Universidade Esta­dual de Ponta Grossa (UEPG) ficou com 70 vagas, mas a comissão de seleção pretende realizar o concurso somente no ano que vem. Na Uni­­centro, as 110 vagas também serão ofertadas em 2011. Já a Uni­versidade Estadual de Londrina (UEL) abriu edital para 151 vagas em 119 áreas de conhecimento. A estadual de Maringá (com 104 novas vagas) vai realizar o concurso no final deste ano, assim como a Unioeste. (MGS)

Aprovados no concurso aguardam nomeação

O professor de Matemática Fabiano Manoel de Andrade vive um dilema. Aprovado em setembro do ano passado no concurso para professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), ele entregou todos os documentos no mês de março e, desde então, ouve a notícia de que a nomeação, que representará o início do trabalho em sala de aula, ocorrerá nos próximos dias. Como no mês que vem o concurso completará um ano, ele teme que o processo perca a validade.

Leia a matéria completa.

  • Confira quantas vagas cada instituição ganhou com a nova lei

Enquanto o número de alunos que entraram nas universidades e faculdades estaduais do Paraná aumentou 52% nos últimos nove anos, a quantidade de novos professores contratados subiu apenas 26%. As universidades dizem que esta é a conta que explica por que muitos docentes que deveriam trabalhar 40 horas semanais acumulam outras disciplinas. A Lei Esta­dual N.º 16.555, aprovada no dia 21 de julho, vai ajudar a diminuir este gargalo – aumentou em 12% o número de vagas para professores universitários das instituições ligadas ao governo do Paraná. Mes­mo assim, ainda não será suficiente para resolver o déficit na área.

"Nesse momento, pelos estudos que as universidades nos apresentaram, nós teremos o número necessário de professores só até o ano que vem", afirma o secretário Nildo José Lübke, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Ele admite que a demanda de alunos, com a abertura de novos cursos, é sempre crescente.

A nova lei criou mais 884 vagas. E ela só se concretizou, de fato, não pela falta de professores, mas por causa de uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado, que encontrou 12 mil cargos, entre funcionários efetivos e comissionados, contratados sem embasamento legal, conforme auditoria realizada na gestão de pessoas da Secre­taria Estadual de Ciência, Tecno­logia e Ensino Superior (Seti).

Os representantes dos sindicatos dos docentes dizem que a ampliação de cargos apenas su­­pre os espaços deixados por professores exonerados, licenciados, aposentados ou falecidos. O se­­cretário Lübke, porém, diz que a ampliação serve tanto para atender à de­­manda de crescimento das institui­ções, quanto para fornecer mão de obra para o Programa de Desen­volvimento Educacional (PDE): o programa consumirá cerca de mil professores do ensino superior para qualificar os docentes da educação básica que deixarão as salas de aula para se especializarem.

Temporários

Outro problema é que a lei que ampliou o número de cargos não representa contratação na prática, pois é necessária a autorização do governo estadual para a realização de novos concursos, até mesmo para não extrapolar o teto da folha de pagamento estadual.

Dessa forma, para impedir que algumas matérias fiquem descobertas, as direções das universidades e faculdades apelam para contratos temporários com duração de no máximo dois anos. No Paraná, dos 6.914 professores contratados pela Seti, 1.402 têm contrato temporário, o que representa 20% do quadro de docentes.

O vice-presidente do Sin­dicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Su­­perior (Andes), Luiz Henrique Schuch, lembra que a figura do professor temporário ou colaborador é uma herança do regime militar, quando as universidades brasileiras pararam de realizar concursos e passaram a chamar professores em caráter provisório. Para ele, a contratação de professores efetivos tem um cunho ideológico. "A dedicação a uma carreira acadêmica precisa ser perene. Na prática, as universidades acabam empurrando a esses professores temporários uma série de disciplinas e tudo fica parecendo um colegião", opina. Outro risco é o de o professor temporário abandonar a disciplina ao receber uma proposta melhor de emprego.

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