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Velório: familiares e amigos de André Neves estenderam faixa em protesto contra ação de policiais militares | Fotos: João Varella/Gazeta do Povo Online
Velório: familiares e amigos de André Neves estenderam faixa em protesto contra ação de policiais militares| Foto: Fotos: João Varella/Gazeta do Povo Online
  • André: morte do rapaz vai motivar investigação por parte da PM
  • Pé na porta: família diz que marca seria indício de invasão da casa por PMs

A Polícia Militar (PM) vai investigar as circunstâncias da morte do estudante André Santos das Neves, de 21 anos, ontem de madrugada, na Vila Torres, em Curitiba. A família acusa policiais da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), do 12.º Batalhão, de tê-lo executado dentro de casa com quatro tiros. Já a versão dos policiais é de que André teria morrido na rua em confronto com a PM após disparar contra uma viatura.

O pai do rapaz, Antônio das Neves, que trabalha no setor administrativo da Polícia Civil, diz que, por volta de 0h35, cerca de oito policiais da Rotam que estariam com as viaturas de números 5877, 4518, 6880 e 6881 teriam invadido a casa onde André mora com a mãe na Rua Almir Zagonel. Ao perceber a presença dos policiais, o rapaz teria pulado uma janela, dando de cara com outros policiais. Vendo que estava cercado, André teria se rendido, segundo o pai. "Ele pôs as mãos na cabeça e pediu para não morrer. Mesmo assim, os policiais efetuaram quatro tiros na região do tórax e do abdome", alega o pai.

Segundo Neves, os policiais entraram na residência sem mandado de segurança e sem a identificação dos nomes na farda enquanto o filho dormia com a namorada no quarto. "Eles entraram chutando tudo, fazendo tortura psicológica com quem estava na casa e depois ‘plantaram’ droga e armamento para incriminar meu filho", enfatiza o pai. Ontem, durante o velório na casa, havia a pegada de um sapato na porta e marcas de sangue pelo chão. Além disso, o pai diz ter recolhido na casa dois projéteis disparados.

Neves aponta que o filho já teria sido ameaçado pelos policiais antes, no último dia 20. "Durante um churrasco na casa da tia dele, os policiais disseram que ele seria o próximo." O pai confirma que alguns amigos do rapaz tinham envolvimento com tráfico e que a mãe dele é dependente química. "Mas a polícia não pode generalizar. Não é porque ele tinha amigos que foram para o caminho do crime que ele também era criminoso", aponta o pai.

Policiais

Pela versão dos policiais, André estaria caminhando sozinho por uma rua perto de casa quando cruzou com uma viatura da PM. Ao avistar os policiais, André teria corrido. Neste momento, os policiais teriam-no abordado, pedindo para ele parar. Ainda segundo os policiais, André não só não parou como ainda efetuou um disparo contra a viatura com uma escopeta calibre 12. Nesse momento, teria se iniciado o confronto. Os policiais teriam encaminhado André ao pronto-socorro do Hospital Cajuru, onde o rapaz já teria chegado morto.

Ainda de acordo com a versão dos policiais, além da escopeta calibre 12, teriam sido encontrados com o rapaz uma metralhadora 9 milímetros, 80 munições, 50 pedras de crack e uma certa quantidade de maconha. Após o confronto, os policiais teriam acionados outras viaturas para ir ao local.

A PM afirma que vai abrir Inquérito Policial Militar (IPM) para verificar se houve abuso na morte de André. "Tudo vai ser verificado com a maior transparência para que não haja nenhuma dúvida", garante o major Antônio Zanatta Neto, da Comunicação Social da PM.

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