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A família do pedreiro Hermínio Cosme Pereira,de 52 anos, que teve morte cerebral após ser atropelado na noite de quinta-feira pelo subsecretário estadual de Governo da Região Metropolitana, Alexandre Felipe Mendes, reclamou, neste sábado, das investigações sobre o acidente.

O filho da vítima Giovanne Pereira, de 28 anos, levantou suspeitas do modo que a investigação vendo sendo conduzida pela polícia: - A bicicleta do meu pai sumiu da cena do crime. O mesmo aconteceu com o carro do secretário. Assim como subsecretário, que desapareceu. A forma como as coisas estão sendo feita é muito rápida.

O filho do pedreiro afirmou ainda que foi procurado por uma quinta vítima do acidente que não quis se identificar e que segundo ele teme represálias. Ele disse que o atropelamento de seu pai não ficará impune: - Ele vai pagar pelo que ele fez. Se fosse meu pai que atropelasse o subsecretário ele ficaria 30 anos na prisão. Ele tirou a vida de um trabalhador. A família se sente desrespeitada porque em momento algum o secretário apareceu para dar qualquer esclarecimento ou prestar qualquer tipo de auxílio.

A Secretaria estadual de Saúde informou que o pedreiro passa por avaliação da equipe médica para definir quais órgãos poderão ser transplantados.

- Após passar por uma série de exames, constatamos que atividade cerebral parou, mas o coração não. Assim, cabe à família decidir se quer ou não fazer a doação de órgãos - disse a chefe de equipe do Hospital Azevedo Lima, em Niterói, a médica Maria Imaculada Pacheco.

O subsecretário - que até fevereiro integrou a equipe da Operação Lei Seca e coordenou a operação em Niterói - atropelou quatro pedestres na Estrada do Engenho do Mato, em Itaipu, entre 23h30m e meia-noite da quinta-feira. Testemunhas contam que Alexandre estava num Mitsubishi preto, placa LUL 3663, quando ocorreu o atropelamento. Ele é suspeito de não prestar socorro às vítimas.

O subsecretário esteve nesta sexta-feira na 81ª DP (Itaipu), acompanhado do advogado José Maurício Ignácio, que admitiu que seu cliente havia tomado uma taça de vinho antes do acidente. Mais tarde, o próprio subsecretário afirmou na delegacia, após fazer exame de sangue no Instituto Médico Legal, que bebeu apenas meia taça de vinho. Segundo ele, essa quantidade de álcool estaria dentro do limite legal.

- Bebi apenas meia taça de vinho, peguei o carro por volta de 22h30m e ia para minha casa, quando fui surpreendido por uma bicicleta e perdi o controle do veículo - disse Mendes, que procurou justificar a omissão de socorro às vítimas. - Fiquei em estado de choque. Não estava embriagado, mas sim abalado com o ocorrido.

O advogado de Alexandre afirmou que o exame, feito mais de 12 horas depois do acidente, deu negativo para a presença de álcool no sangue. Segundo o delegado, caso isso ficasse confirmado, Mendes poderá ser indiciado por lesão corporal culposa. Ainda de acordo com o advogado do subsecretário, Alexandre Felipe Mendes usa medicamentos controlados e estava em choque com o acidente, classificado pelo advogado como "uma fatalidade".

- Ali é um local escuro e cheio de buracos. Foi uma fatalidade. Uma bicicleta apareceu do nada no caminho - disse o advogado.

Segundo testemunhas, Mendes saía de uma festa na casa do presidente da Fundação Instituto de Pesca do Rio, Marco Botelho.

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