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Inspiração Filme

O seqüestrador pediu dois extintores de incêndio. Para a polícia, ele poderia ter se inspirado no filme O Negociador, exibido recentemente em canal aberto. Nele, um assaltante com reféns usa o extintor para sair de uma loja e fazer uma "cortina de fumaça", impedindo a visualização por parte de uma atirador de elite.

Campinas – Depois de 56 horas de tensão, o assaltante Gleison Flávio Salles, 23 anos, que havia feito três crianças e a mãe delas reféns no início da tarde de terça em Campinas (95 quilômetros de São Paulo), foi preso pela polícia, e as vítimas libertadas, ontem à noite. Uma hora antes, o assaltante havia liberado uma das crianças, Vítor, 10 anos. Um dos irmãos já havia sido solto na própria terça. De acordo com a polícia, esse foi o mais longo caso de cárcere privado da história do estado de São Paulo.

Após a libertação dos reféns, Tiago, 7 anos, correu para abraçar o pai, fez um sinal de positivo e acenou para as pessoas. A mãe, Mara Souza, 29 anos, não se pronunciou.

A libertação ocorreu por volta das 20 horas. Mãe e filho foram levados imediatamente a uma ambulância para serem atendidos por paramédicos. Vítor também já havia sido atendido. Na terça, seu irmão Murilo, 3 anos, havia sido liberado em troca de um colete à prova de balas.

Por volta das 19h50, foi feito um disparo contra a porta e os paramédicos correram para o local. Os dois reféns que ainda estavam na casa foram liberados e o Grupo Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, invadiu o local. Salles estava debaixo da cama e foi preso. Ninguém se feriu.

De acordo com o coronel Eliazário Ferreira Barbosa, ao ser libertado, Vitor disse que o "homem (Salles) não era mau'' e que libertaria o irmão e a mãe, o que levou cerca de uma hora para acontecer.

O criminoso não exigiu nada para libertar os reféns. A polícia afirmou que, com a chegada do terceiro dia de seqüestro, o criminoso se cansou e desistiu dos pedidos feitos anteriormente, como um carro para fugir, além de extintores de incêndio.

Além do cansaço, a presença de uma mulher próxima a Salles nas negociações foi crucial para a libertação dos reféns. "Ela foi preponderante para o desfecho do caso.''

A identidade dela não foi revelada, mas, segundo a polícia, foi a mulher quem procurou as autoridades para auxiliar no resgate. "Ela caiu do céu'', disse o coronel, que afirmou que ela passou ao menos meia hora conversando com o criminoso. Durante esse tempo, ela chegou a dizer ao assaltante que "o Brasil todo estava sabendo e acompanhando o caso''.

A polícia só identificou o criminoso à tarde. Nos dois primeiros dias, Salles chegou a ser chamado de Felipe e Ivanildo.

Salles está foragido da Justiça desde outubro de 2005. É fugitivo do Complexo Penitenciário de Hortolândia (SP). Foi condenado por um homicídio e três tentativas de homicídio. Ele nasceu no Recife (PE) e tem o apelido de Madruga.

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