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Enquanto os números da reforma agrária não são capazes de diminuir os problemas fundiários do Paraná, sonhos são adiados. O desejo do neto Jhonathan, de 13 anos, de morar no campo deu um maior incentivo para o casal Manoel Sander, de 61 anos, e Maria da Luz, 51, para buscar um pedaço de terra. Há sete meses eles mudaram de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, para o Acampamento Chico Mendes, do Movimento Sem-Terra (MST), em Ponta Grossa, e já fazem planos para quando conseguirem a posse da terra.

Com a pequena mesada que sempre ganhou da mãe, Jhonathan ajudou os avós a comprar um trator, que espera ver em funcionamento quando eles forem assentados. "Quero ser agricultor, sempre gostei do trabalho com cavalos, vacas e outros animais. Espero que tudo dê certo", diz o garoto.

Vida melhor

Morando num barraco improvisado, de chão batido e com poucos móveis, a família considera que a vida no campo é melhor que na cidade. "Aqui estamos produzindo bastante e aguardamos a colheita do feijão. É possível que a gente tenha que ir para outro acampamento, porque aqui deve ser (destinado) para os que estão há mais tempo na área, mas não vamos desistir", afirma Maria da Luz.

Ela conta que nasceu e cresceu na roça, mas teve que mudar para Fazenda Rio Grande ainda adolescente, depois que uma doença deixou seu pai impossibilitado de trabalhar. "Por causa da doença dele mudamos para a cidade. Lá eu criava duas vacas em lotes da prefeitura e plantava hortaliças no meu quintal para vender."

No entanto, os programas dos governos acabaram por destinar os terrenos públicos da cidade para construção de núcleos habitacionais e a família não teve mais como sobreviver. "Agora lá está cheio de casas populares, então resolvi buscar minha terra com o MST. Vai ser difícil, porque a reforma agrária está parada, mas não perco a esperança", avalia.

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