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Depois dos deslizamentos de terra que deixaram 21 mortos no Morro da Carioca, em Angra dos Reis, no litoral Sul do Rio, as famílias que moram no local enfrentam um novo drama: a obrigação de abandonar suas casas sem ter um local alternativo para ficar.

É o que conta a dona de casa Miriam Esteves, de 52 anos. Miriam tem uma filha de 25 anos, mãe de um menina recém-nascida e de um menino de 4 anos. Segundo a dona de casa, na noite do réveillon, a filha — moradora no lugar — percebeu a casa balançando. Com medo, desceu o morro correndo, com as duas crianças no colo.

"Isso sim é perder tudo. Ela queria dar abrigo aos filhos e, de repente, teve que abandonar tudo como uma desesperada. Felizmente já estão todos na minha casa, na região central de Angra. Mas apesar das perda material, o importante é a vida", disse Miriam, que pensa em comprar um terreno no bairro Belém, para tentar construir uma casa rapidamente e poder abrigar a filha definitivamente.

Ruas vazias

Na última segunda, em visita ao Morro da Carioca, o prefeito de Angra, Tuca Jordão (PSDB-RJ), classificou o ocorrido como "um aborto da natureza". Em decreto, ele proibiu novas construções e acréscimos em 16 morros do Centro. Segundo a prefeitura, pelo menos100 casas devem ser demolidas em ritmo emergencial.

Algumas ruas do Morro da Carioca já estão completamente vazias e abandonadas. Nas últimas 24 horas, famílias tiveram que partir. Por conta disso, o desespero é generalizado, pois a oferta de imóveis para alugar em Angra é escassa. A maior aflição das famílias que deixam o local é a expectativa de saber em que condições vão morar e como vão conseguir conservar seus bens.

A prefeitura de Angra não oferece abrigo, mas vai disponibilizar um aluguel social para os afetados pela chuva, com teto de um salário mínimo. Os moradores precisam fazer um cadastro e o valor só será liberado após vistoria da prefeitura nos imóveis, quando os técnicos determinarão o valor correspondente a cada residência.

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