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Brian de Palma no lançamento de seu novo filme no Festival de Cinema de Veneza | Reuters/Gazeta do Povo
Brian de Palma no lançamento de seu novo filme no Festival de Cinema de Veneza| Foto: Reuters/Gazeta do Povo

Rio de Janeiro – A tendência de queda acelerada no número de filhos e no tamanho das famílias chegou com força ao meio rural e às médias e pequenas cidades. Essa foi a principal conclusão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar os primeiros resultados da contagem da população realizada neste ano. Os dados mostram que o número médio de moradores por domicílio chegou a 3,53. Em 2000, era de 3,92.

A contagem se assemelha a um censo porque o objetivo é visitar cada domicílio do país, em vez de ter somente uma amostra deles. A principal diferença é que ficam de fora os 129 municípios mais populosos de estados com mais habitantes. Essas cidades são excluídas por razões financeiras – ficaria caro um censo em toda a população num intervalo inferior a dez anos – e porque dependem menos de recursos do Fundo de Participação dos Municípios, cujo repasse é calculado segundo o total de habitantes.

Apesar de preliminares – em algumas cidades ainda está havendo uma revisão da contagem –, os dados já permitem verificar que a população rural está ficando cada vez mais parecida, em termos de estrutura etária, com a urbana.

Para o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, os resultados mostram que o processo de envelhecimento da população brasileira, com redução do número de nascimentos e aumento da expectativa de vida, está se acelerando. "Os resultados preliminares da contagem indicam também que a queda da fecundidade está ocorrendo até mesmo na área rural, o que mostra que esse fenômeno, que ocorre de forma acelerada há pelo menos 20 anos nas áreas urbanas, alcançou o resto da população."

Ainda não foi divulgada a taxa de fecundidade de 2007, mas as pesquisas mais recentes do IBGE já haviam demonstrado que ela havia atingido a média de 2,1 filhos por mulher, que indica tendência de mera reposição populacional.

Para o coordenador de População e Indicadores Sociais do instituto, Luiz Antônio Pinto de Oliveira, além da diminuição no número de nascimentos, outro fator que fez com que o número médio de pessoas vivendo nos domicílios caísse foi o aumento da expectativa de vida. Como há cada vez mais idosos no país, muitos deles vivem sozinhos ou na companhia apenas de um cônjuge.

"Esse processo de envelhecimento e queda da fecundidade acontece de forma mais acelerada a partir da década de 70. Num primeiro momento, ele é restrito às áreas urbanas do Sul e Sudeste e, nos anos 80, se espalha também para o Nordeste. Os resultados da contagem já permitem verificar que ele agora ocorre de forma mais acelerada também no meio rural."

Segundo o pesquisador, é a queda no meio rural e nas populações com maior número de filhos que explica por que as taxas brasileiras continuam caindo: "A queda que estamos verificando agora está acontecendo principalmente entre as populações que ainda tinham padrão de fecundidade mais alto. Sem essa queda, dificilmente estaríamos agora com uma taxa de 2 filhos por mulher".

Contestação

O IBGE divulgou ontem no "Diário Oficial" da União a lista com a população de cada uma das cidades incluídas na contagem populacional. As prefeituras que não concordarem com os resultados têm prazo até 20 de setembro para reclamar.

Até o fim do mês, o instituto deverá divulgar também os dados populacionais dos 129 municípios que não foram incluídos na contagem. Será uma estimativa com base nas projeções do IBGE.

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