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Cascavel – Os 350 integrantes da Via Campesina iniciaram ontem a desocupação pacífica do campo experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná. Os campesinos estão se instalando às margens da PRT-163, em frente à propriedade. A Polícia Militar deu um prazo até domingo para que todas às famílias saiam da propriedade.

A retirada das famílias acontece em ritmo lento. Até o fim da tarde de ontem, os campesinos haviam erguido a estrutura de pelo menos 25 barracos às margens da rodovia, principal ligação entre o Oeste e Sudoeste do Paraná. Eles, no entanto, mantêm os seus pertences, como roupas, panelas e alimentos, dentro da unidade.

Afonso Kamer, líder da Via Campesina no Paraná, disse que o movimento vai continuar pressionando o governo federal para a desapropriação da área. "Vamos lutar até o fim para que a unidade seja transformada num campo experimental de sementes naturais", afirmou. A ordem de despejo também trouxe outra preocupação entre as famílias: a colheita de milho e de feijão. Elas querem retirar os produtos, assim que estiverem na época de colheita.

Por enquanto, os campesinos impedem a entrada dos funcionários da multinacional. A desocupação da fazenda foi negociada entre o comando do 6.º Batalhão da Polícia Militar e as lideranças da Via Campesina, depois que a empresa obteve, no mês passado, uma liminar junto à 4.ª Vara da Fazenda, de Curitiba. A liminar estabeleceu um prazo de 15 dias para o governo executar a reintegração de posse da propriedade sob pena de pagamento de multa de R$ 50 mil por dia – o prazo venceu na quarta-feira.

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